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10ª edição da Expo Alto Camaquã aconteceu em Canguçu

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Julio Moreira e Mateus Garcia receberam o TP para falar sobre o evento

Julio Moreira e Mateus Garcia receberam o
TP para falar sobre o evento Foto: Gislene Farion TP

A mostra de produtos da marca que abrange a parte superior da Bacia do rio Camaquã. Esse é o objetivo da Expo Alto Camaquã que ocorreu em sua décima edição e pela primeira vez ultrapassou o território bageense. Em 2018, nos dias 18 e 19 de agosto, Canguçu sediou o evento que destaca a gastronomia, o artesanato e o turismo de Bagé, Caçapava do Sul, Canguçu, Encruzilhada do Sul, Lavras do Sul, Piratini, Pinheiro Machado e Santana da Boa Vista.

Em conversa com o TP, o vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), Mateus Garcia, destacou que desde o início a ideia era que o evento fosse itinerante, visando alcançar mais público. “Até então, a Expo acabava sendo feita em Bagé devido às dificuldades. Desta vez, eu destaco o protagonismo da Associação Canguçuense Agropecuária Familiar (Acaf), filiada à Adac, que conseguiu fazer a interação entre as forças vivas do município e considero que esse tenha sido o ponto chave da edição. Em termos de organização e envolvimento de outras instituições foi um dos melhores eventos que conseguimos fazer, ainda mais que não tivemos patrocínio, foi basicamente só na parceria”, pontuou Mateus.

Segundo ele, a expectativa é que o evento seja incorporado nos oito municípios de modo que comecem a usufruir disso de forma mais efetiva. “A ideia é que futuramente se consiga fazer com que a organização dos produtores em agroindústria, associações e cooperativas comecem a interagir com o comércio daquela cidade que vai sediar o evento e atraia mais público”.

Questionado sobre os projetos da associação, o vice-presidente destacou que a burocracia faz com que o processo para a abertura de uma indústria própria seja lento, mas lembra que esse é o caminho. “É uma organização que pode gerar muitos empregos em um território de oito municípios – fixando famílias no campo e dando condições das pessoas terem o controle da produção. Ao longo desses 10 anos, os produtores estão cada vez mais próximos de serem donos de um negócio que é deles desde dentro da porteira até chegar no consumidor final”, destacou.

Para o presidente da Cooperativa do Alto Camaquã (Cooperalto Camaquã), Julio Moreira, direção e associados enfrentam o período de organização – que considera a parte crucial de todo o processo. “Durante a Expo podemos mostrar em que pé está a organização dessa cooperativa e porque ainda não entrou em operação. É preciso que entendam que pra uma indústria funcionar a gente precisa de escalas e não se pode contemplar a partir de 2019 uma indústria e não se ter o que ela abater lá dentro. Essa é a maior dificuldade do produtor entender, o quanto isso tem que ser afinado neste momento pra quando chegar lá se saber onde estão os animais”, explicou.

De acordo com Julio, há um histórico de cooperativas que não deram certo e é natural que isso gere desconfiança. “Não tem nada que possa se dizer em curto prazo ou pelo menos antes da virada do ano que a cooperativa vai estar operando. Ela está se organizando, inclusive abates coletivos entre sócios, a cadeia da lã e isso é só o começo. Além disso, ter 170 associados enquanto há só uma organização já é bastante expressivo e essa cooperativa tem um formato completamente diferente das outras – não há nenhuma remuneração para a direção enquanto não entra em atividade”, disse ele.

SAIBA MAIS – A iniciativa começou em 2006 e destaca-se por construir o conhecimento em conjunto com os produtores, levando em consideração as características históricas, sociais, ambientais, culturais e econômicas da região. Como resultado, em razão da melhoria do manejo do campo nativo, possibilitou a geração de produtos diferenciados, a organização de estratégias de comercialização e a criação de uma marca coletiva. Organizados a partir da Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), os pecuaristas estão próximos de ter sua própria indústria e, com isso, ter o controle total (da produção à distribuição) da cadeia da carne ovina.

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