COMEMORAÇÃO

Frei Rinaldo Eberle: 25 anos de vida religiosa

O frei atende as paróquias de Candiota e Hulha Negra

Frei Rinaldo Eberle foi destinado para Candiota e Hulha Negra em 2013 Foto: Divulgação TP

O mês de setembro é de comemoração para o frei Rinaldo Matter Eberle, responsável pelas paróquias Sa­grado Coração de Jesus, de Can­diota, e São José, de Hulha Negra. O período marca os 25 anos de vida religiosa de frei Rinaldo.

Nascido em 1975 em Miraguaí, também Rio Grande do Sul, é filho de Pedro Nelci Eberle, Edit Matter Eberle e irmão de Eder Matter Eberle. À reporta­gem do Tribuna do Pampa, o religioso, contou sobre a voca­ção, sua trajetória e principais momentos vividos.

Oriundo de família cató­lica aprendeu com os pais a im­portância da oração e o despertar vocacional aconteceu quando es­tudava na Escola Osmar Hermam, em Miraguaí. “Certo dia apareceu na escola um grupo de religiosos para conversar com os estudantes. Eles perguntaram: Quem quer ser padre ou frei? E eu, prontamente, levantei a mão dizendo: Quero ser padre! A turma toda começou a rir e eu disse: é sério, quero ser padre! Eles deixaram material para ler falando sobre vocação e também o endereço. Depois dis­so, entrei em contato com os freis Franciscanos, que fizeram uma visita a minha casa. Os primei­ros foram frei Érico e frei Ilário Batistti. Dessa maneira, depois de alguns estágios no Seminário São Pascoal, de Três Passos, fui aceito como seminarista no ano de 1991”, conta.

TRAJETÓRIA VOCACIONAL Sobre a caminhada vocacional, frei Rinaldo contou ter começado no seminário, local que ficou até 1993. Em 1994, o frei conta ter servido ao Exército Brasileiro e ao voltar para casa precisou decidir sobre o que fazer da vida. “Disse que gostaria de voltar para a vida religiosa. Então fui até o seminário São Pascoal falar com o frei Hélvio (reitor do Seminário naquele momento). O Ministro Provincial, na época frei Arno Reckziegel também me aceitou e em 1995 fui ao Postulantado Franciscano, em Lajeado. Após isso, realizei o Noviciado, no Convento São Boaventura, em Imigrante (1995 – 1996) e em 1997, fui para Porto Alegre, morar na fraternidade inserida no Bairro São José, Chácara dos Bombeiros. Estudei Filosofia, na Faculdade de Filosofia da Nossa Senhora da Imaculada Conceição e fui transferido para a Fraternidade São Pedro, na Lomba do Pinheiro, aonde fiquei por dois anos (1998 – 1999). Em 2000 fui residir na Fraternidade Nossa Senhora da Conceição e depois realizei estágio pastoral na Fraternidade Zumbi dos Pal­mares, em Rio Grande. De 2002 a 2005 estudei Teologia na Escola Superior de Teologia e Espiritu­alidade Franciscana, em Porto Alegre e no dia 21 de setembro de 2003, realizei minha profissão solene em Miraguaí, na época o Ministro Provincial era frei Irineu Gassen”, contou.

A ordenação como di­ácono ocorreu em 2006, na co­munidade Santa Clara e como sacerdote, na Paróquia Senhor Bom Jesus, em 2007. Exerceu o papel de capelão da Santa Casa e coordenador da Rede de Comunidades São Lucas em Rio Grande, de 2008 a 2013, quando foi transferido para a Fraternida­de Evangelizadora do Cone Sul, para atender pastoralmente as paróquias Sagrado Coração de Jesus, de Candiota e São José, de Hulha Negra.

Solicitado a falar sobre o período nos dois municípios, frei Rinaldo disse que relembrar e contar histórias da vida é desa­fiador. Ele disse que ao chegar nas paróquias surgiram perguntas e desafios. “O que eu posso fazer e ajudar estas Paróquias? Elas querem ajuda? Que trabalho pos­so realizar? Tenho que conhecer as pessoas para saber onde elas podem me ajudar e eu poder tam­bém contribuir. Mas o tempo foi passando e começamos a realizar muitas coisas nas duas paróquias, começando por algumas reformas que as Igrejas precisavam, além de conselho pastoral nas comuni­dades”, expôs.

O frei também falou sobre pessoas que encontrou no período. “Encontrei pessoas abençoadas com disposição em seguir em frente. Quando você chega em uma Paróquia a missão e a pastoral já estão acontecendo, Deus já está agindo no meio do povo. A partir daí fomos fazendo acontecer nas comunidades a vi­vência do amor de Deus, através da ajuda entre os irmãos, o que faz cada um buscar motivação por poder realizar os trabalhos em conjunto”, manifestou.

Em 1996, realizou o Noviciado Foto: Divulgação TP

DESAFIOS O jornal também pediu ao frei para falar sobre os principais desafios encontrados durante a vida religiosa. Em primeiro lugar ele citou a saída do noviciado e a chegada a Porto Alegre. “Foi um desafio enfren­tar uma cidade com mais de um milhão de habitantes e morar na fraternidade inserida na periferia, no qual a violência e o tráfico de drogas eras grandes. Desse modo, foi muito desafiador para quem nasceu e se criou no interior do estado. Mas depois de três meses de convivência com as pessoas e a comunidade, comecei a entender aquele povo. Começamos a traba­lhar na Pastoral da Criança junto com alguns líderes locais e pude perceber o quanto as pessoas são boas, que a maioria são pessoas trabalhadoras, que todo dia saiam para seus empregos a busca do sustento da família”, relata o re­ligioso, manifestando que o fran­ciscano é alegre e ser franciscano é ter uma vida simples junto aos mais simples e humildes.

AOS JOVENS O TP também pediu a frei Rinaldo para deixar algumas palavras àqueles jovens que desejam seguir a vida reli­giosa franciscana. “Aos queridos jovens, diria que vale apena fazer a experiência na vida franciscana. Que se o seu coração está cheio de amor e busca o bem, não dei­xe de dar a sua resposta a Deus. Precisamos de jovens corajosos na missão da Igreja. Converse com um dos nossos animadores vocacionais, Deus pode estar chamando você! Não deixe de dar a resposta a Ele. Venha fazer parte desta grande família franciscana, porque vale apena doar a vida”.

25 ANOS “Nestes 25 anos de vida religiosa, eu gostaria de agradecer a tantas pessoas que convivemos e tivemos amizades. Tantos lugares e cidades onde passei e trabalhei. Agradeço a Província São Francisco de Assis do Rio Grande do sul que proporcionou poder realizar este trabalho pastoral, nas comunida­des e paróquias onde atuei. Quero agradecer a Deus por tudo de bom que proporcionou nestes 25 anos de vida religiosa. Pela minha Família, que sempre deu força e liberdade na escolha da minha vocação, apoiou sempre minha caminhada de vida. E agradecer a todos os meus amigos e amigas pelo apoio e oração”, explanou o frei sobre os 25 anos de vida religiosa, acrescentando que “ser franciscano é ter alegria no coração onde você está. O lugar é você que faz ser bom ou não, mas onde trabalhei sempre deixei saudades e fico com saudades das pessoas. A vida Franciscana é iti­nerante por isso é bom para nossa caminhada de vida religiosa”.

Frei Rinaldo com a família, em 2003 Foto: Divulgação TP

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