INFRAESTRUTURA

Obras de linha de transmissão elétrica iniciam em Candiota

Projeto que ligará Candiota a Guaíba, prevê cerca de 300 empregos diretos na região

O projeto de interligação elétrica entre Candiota e Guaíba já está com obras em andamento. Ela iniciou com a terraplanagem onde será erguida a Subestação Candiota 2, em Candiota Foto: J. André TP

As máquinas já estão trabalhando a pleno vapor na área onde será construída a Subestação Candiota 2 – ponto de partida para as obras de uma linha de transmissão entre a Capital Nacional do Carvão e a Subestação Guaíba 3, próximo a Porto Alegre.

Neste momento está feito a terraplanagem do local, que fica ao lado da Subestação Candiota 1 – construída para a interligação elétrica Brasil-Uruguai (ao lado da sede campestre da Associação dos Funcionários da Mina de Candiota – Afucan). Em seguida devem começar as obras civis propriamente ditas, bem como a colocação das torres e lançamento de cabos.

Formado pela empresa de origem espanhola Cymi Construções e Participações e pelo Brasil Energia Fundo de Investimentos, da Brookfield, o Consórcio Chimarrão resolveu antecipar em quase dois anos o cronograma dos R$ 2,4 bilhões de investimentos em estruturas de transmissão de energia no Estado.

O grupo arrematou, em dezembro de 2018, o lote 10 do leilão de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que vai aumentar a capacidade do Rio Grande do Sul. O conjunto de obras compreende 1,2 mil quilômetros de linhas de transmissão e duas novas subestações de energia. A obra faz parte do chamado Escudo Riograndense.

Dos cinco consórcios vencedores do leilão de linhas de transmissão programados para o RS, o Consórcio Chimarrão foi o primeiro a dar início às obras – que devem empregar mais de 6 mil pessoas. Destes, mais de 200 são na região de Candiota. O prazo inicial era concluir os trabalhos até março de 2023, porém o grupo pretende reduzir o prazo, colocando a estrutura em operação em junho de 2021.

O lote 10 fazia parte, inicialmente, de um bloco maior de empreendimentos arrematados pela Eletrosul, em um leilão disputado em 2014. Contudo, a estatal não teve condições financeiras de ir adiante com as iniciativas, que acabaram sendo relicitadas.

O Consórcio Chimarrão assinou um acordo com a Eletrosul para aproveitar o trabalho prévio feito por essa empresa quanto ao processo de licenciamento. Em janeiro, a Fepam repassou a transferência da licença ambiental para a construção do empreendimento.

Nesta semana, o empreendimento recebeu oficialmente do Centro Nacional de Arqueologia, do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a autorização, permissão e renovação da licença, que permite que os arqueólogos credenciados pelo projeto, façam a destinação e guarda do material coletado durante as obras.

Obras de terraplanagem já estão sendo executadas Foto: J. André TP

EMPREGOS – Depois do fim das obras da UTE Pampa Sul, a agência da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS)/Sistema Nacional de Emprego (Sine) vivia um tempo de normalidade. Porém, com o início das obras da Subestação Candiota 2, o movimento no local voltou a aumentar.
Conforme divulgado pela Prefeitura e pela agência, a empresa abrirá cerca de 300 vagas de empregos para a execução do serviço. Neste momento, estão sendo selecionadas 95 vagas, intermediadas pela agência do FGTAS/Sine. As vagas disponibilizadas são para 30 serventes, 20 carpinteiros, 20 ferreiros armadores, 15 pedreiros, dois encarregados de obra civil, dois auxiliares de almoxarifado, dois auxiliares de topografia, dois técnicos de enfermagem e dois técnicos de segurança. Outras vagas, como operadores de máquinas, já haviam sido preenchidas anteriormente pelas empresas contratadas para a terraplanagem.

Os encaminhamentos já foram feitos e os currículos foram entregues ao representante da Cymi, Juan Xavier, para que se faça o processo de seleção, sendo que as entrevistas estão marcadas para acontecer a partir do dia 3 de fevereiro. “Em conversa com a gente, ele deixou claro que pretende aproveitar ao máximo a mão de obra da cidade”, afirmou o prefeito Adriano dos Santos.

Além disso, como sempre acontece, a obra já está movimentando o setor de alimentação, hospedagem e de transportes do município.

Prefeito Adriano, coordenador do Sine e representantes da empresas debateram a contratação de pessoal local para a obra Foto: Divulgação TP

MUNICÍPIOS – A obra passará por mais de 40 municípios: Candiota, Pinheiro Machado, Piratini, Canguçu, Amaral Ferrador, Dom Feliciano, São Jerônimo, Camaquã, Cerro Grande do Sul, Barão do Triunfo, Sertão Santana, Mariana Pimentel, Guaíba, Eldorado do Sul, Dois Irmãos, Ivoti, Lindolfo Collor, Capela de Santana, Montenegro, Portão, São Sebastião do Caí, Araricá, Gravataí, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Sapiranga, Charqueadas, Triunfo, Nova Santa Rita, Rio Grande, Capão do Leão, Pelotas, Turuçu, São Lourenço do Sul, Cristal, Camaquã, Sentinela do Sul, Barão do Triunfo, Arroio dos Ratos, Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Capão do Leão, Arroio Grande, Guaíba e Porto Alegre.

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