CONSEQUÊNCIAS DA ESTIAGEM

Prefeitura de Hulha Negra decreta emergência e tempo de racionamento deve aumentar

Os impactos da estiagem estão sendo sentidos no campo e na cidade Foto: Emater Hulha Negra/Especial TP

Doze horas. Este será o pe­ríodo de racionamento de água que a comunidade de Hulha Negra passará a enfrentar nos próximos dias. A informação foi repassada ao Tribuna do Pam­pa pelo prefeito Carlos Renato Teixeira Machado junto a confir­mação da emissão do decreto de situação de emergência em razão da estiagem na última segunda­-feira (9).

De acordo com o prefeito, a medida com novo horário de racionamento – que atualmente ocorre das 13h às 17h -, foi neces­sária devido ao número de famílias que necessitam ser atendidas pela Prefeitura com abastecimento de água por meio de caminhão pipa ou trator com tanque. “Nossa úni­ca fonte de água é a área urbana e precisamos racionar ainda mais para atender o interior. Estamos nos organizando, porém, para não deixar a população sem assistên­cia, não iremos cortar a água nos horários de pico e manter as caixas cheias e com certeza, passaremos por mais essa dificuldade”, afirma Renato.

O TP acompanha a si­tuação que tem se agravado na cidade que atualmente é abaste­cida, exclusivamente, por poços artesianos, pela falta de chuvas, com precipitações muito abaixo da média histórica, já contabilizando mais de 60 dias sem chuvas.

Justificando o decreto, a administração destaca a redução dos níveis dos açudes e fontes naturais que abastecem o consu­mo humano e animal, bem como a falta de rios naturais. Ainda segundo o decreto, a estiagem já causa prejuízos econômicos e so­ciais, como despesas com pessoal, combustível, tratamento de água e manutenção de equipamentos, totalizando aproximadamente R$ 130 mil mensais.

O documento também ex­põe que 380 pontos estão sendo abastecidos, sendo 57% das famí­lias da zona rural e 43% da zona urbana, havendo a necessidade de racionamento diário de 12h e remanejamento de água em poços de baixa vazão.

Por outro lado, através do decreto de emergência, onde o mu­nicípio busca a homologação por parte do Estado e, posteriormente, União, autoriza o desencadeamen­to do Plano Emergencial de Res­posta aos Desastres, permitindo a convocação de voluntários para ações, realização de campanhas de arrecadação de recursos, pe­netrar nas residências em caso de desastre ou risco eminente, usar a propriedade particular para ações, dispensar licitação sem prejuízo de restrição da Lei de Responsabilida­de Fiscal para contratos e serviços em obras relacionadas a reabilita­ção da situação por um período de 180 dias.

PERDAS Conforme divulgado pelo TP, segundo levantamento feito pela Emater de Hulha Negra, os prejuízos estimados de perdas em razão da estiagem chegam a R$ 13.730.110,48 milhões no mu­nicípio se somadas as mais diversas culturas e produções, visto que a falta de água está acarretando sérios problemas nas propriedades rurais.

POA Na terça-feira (10), uma comitiva de Hulha Negra, composta pelo prefeito Renato Machado, secretário de Agropecuária, Luis Fernando de Lima, vereadores Marcus Leitzke, Hugo Teixeira e Ronaldo Pereira, participou de uma reunião na Secretaria de Agricultu­ra do Estado. Na ocasião, o grupo buscou apoio para o enfrentamento da estiagem para os produtores ru­rais. Entre as ações buscadas estão uma escavadeira hidráulica para limpeza de açudes e um caminhão para distribuição de água para as cerca de 300 famílias atendidas com abastecimento por meio de caminhão-pipa.

REGIÃO Dos municípios de cobertura impressa do TP, Hulha Negra foi o último a decretar emergência em razão dos prejuízos pela falta de chuvas. Na tarde de terça-feira (10), o prefeito de Dom Pedrito, Mário Augusto de Freire Gonçalves também decretou situ­ação de emergência. Segundo nota da Pre\feitura, a decisão foi tomada pelos membros da Defesa Civil do município em reunião realizada no salão nobre da Prefeitura com todas as representações da Defesa Civil. Dados parciais estimam uma perda em torno de 40% e o Corpo de Bombeiros da cidade já atendeu focos de incêndio no interior do município.

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