Alunos receberam orientações sobre os assuntos que envolviam o projeto Foto: Divulgação TP
Deverá ter continuidade em 2018, o Projeto Piloto Escola Sustentável, desenvolvido pela estagiária de conclusão de curso da Prefeitura de Pedras Altas e graduanda em Engenharia ambiental e Sanitária pela Universidade Federal de Pelotas, Paula Hofmeister, e pelo fiscal sanitário Leandro Bandeira nas escolas de Pedras Altas. O projeto ocorre através de uma parceria entre as Secretarias de Saúde, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Educação e Obras e Serviços Públicos.
O projeto foi desenvolvido nas cinco escolas do município através de atividades de educação ambiental, com esclarecimento sobre resíduos sólidos e preservação da água, incluindo a implantação de uma composteira escolar e implementação de fossa séptica biodigestora na escola Eunil dos Santos.
Durante o projeto também foi desenvolvido um mascote, inspirado em Joaquim Francisco de Assis Brasil, carinhosamente chamado de Assizinho e responsável por apresentar as atividades para as crianças.
De acordo com Paula, o projeto foi desenvolvido para a preservação do meio ambiente e orientações sobre saneamento básico e saúde, visando atender todas as comunidades do município de forma gradativa, sendo as escolas os pontos de aplicação dos programas e as crianças multiplicadores das ideias e ensinamentos.
A montagem da composteira ocorreu com a participação dos alunos, que também ficarão responsáveis por manter as atividades. Já a fossa foi montada pelos criadores do projeto, ficando os alunos responsáveis por cuidar e colocar o esterco fresco uma vez ao mês, visto ser a única manutenção necessária.
Ainda segundo a graduanda, antes da prática foi realizada uma apresentação para os alunos sobre os projetos. “Explicamos e orientamos como iriam funcionar as atividades, como seria feito, seu funcionamento, para onde vai o nosso lixo, como podemos cuidar da água, porque precisamos de saneamento e quais as doenças podemos ter sem o saneamento básico. E já percebemos mudanças nos hábitos das crianças, inclusive relatos de mães informando que as crianças passaram a não jogar lixo no chão e não desperdiçar água. Saber disso é um estímulo pelo empenho no projeto e continuidade no próximo ano”, afirma Paula Hofmeister.
FOSSA SÉPTICA – A fossa séptica biodigestora é um sistema simples desenvolvido para tratar o esgoto dos banheiros de residências rurais com até sete pessoas. Com esta fossa o esgoto é lançado dentro de um conjunto de três caixas d’água ligadas uma a outra, ao entrar neste conjunto de caixas d’água, o esgoto é tratado pelo processo de biodigestão. O funcionamento do sistema consiste em desviar a tubulação do vaso sanitário para caixas de fibrocimento ou fibra de vidro, onde o excremento humano entra em processo de biodigestão anaeróbia com o auxílio da adição de esterco bovino, que atua como inoculante, fornecendo bactérias capazes de degradar o efluente. Ao final do processo, é gerado adubo orgânico com quantidade significativa de matéria orgânica e de nutrientes. A eficiência do dispositivo está na faixa dos 95% a 98%.
COMPOSTEIRA – A compostagem domiciliar utiliza a fração orgânica dos RS sendo estabilizada na fonte geradora, diminuindo o volume de resíduo. A fração orgânica dos resíduos sólidos é constituída principalmente por vegetais, frutas e restos de alimentos cozidos, os quais se decompõem rapidamente para a formação de ácidos orgânicos e chorume, que se não bem tratados, poluem recursos hídricos que posteriormente podem ser fonte de água para população, causando danos à saúde. Para o preparo do composto duas fontes de matérias-primas são necessárias: os restos vegetais e os meios de fermentação (estercos, camas de animais ou terra de matas). Prepara-se o composto formando-se pilhas diretamente sobre o solo. As pilhas são constituídas por camadas de restos vegetais intercaladas de meios de fermentação.
Fossa Séptica foi montada pelos idealizadores do projeto e os alunos receberam explicações acerca da montagem e funcionamento Foto: Divulgação TP
