É preciso se levantar e lutar

Ficou evidente que a notícia publicada confirmada por nós e que ganhou destaque de capa aqui no Tribuna do Pampa na edição do sábado passado, causou enorme perplexidade.
A informação vinda da boca do presidente daquela que se encaminha para a tragédia da privatização, a Eletrobras, considerando que a Usina de Candiota (Fase C), que pertence a CGT Eletrosul (subsidiária da Eletrobras) pode ser fechada a partir do fim dos contratos que ela tem de fornecimento de energia em dezembro de 2024, como já dito e agora reafirmado neste editorial, é um verdadeiro desastre econômico e social.
Se a Usina de Candiota fechar – e não vamos nem entrar no mérito que ela representa 9% do da demanda de energia elétrica no RS -, são 5 mil empregos diretos e indiretos que estão em jogo. Fecha Fase C, por desdobramento fecha a Mina de Candiota e por consequência a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) – que só tem esta unidade produtiva -, fecham as fábricas de cimento – a Intercement, em Candiota, e a Votorantim, em Pinheiro Machado (que representa uma grande fatia da arrecadação do município), além do todo o reflexo na vida local, como na receita da Prefeitura de Candiota, que vai diminuir drasticamente, atingindo empregos e os investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
As forças políticas de Candiota e da região precisam reagir e com força. Ainda não se viu nenhum pronunciamento mais agudo a esse respeito. É preciso mobilizar a região porque a situação é de alta gravidade. Não se pode falar manso sobre isso. É necessária uma fala dura, ainda que respeitosa, contundente, de cobrança, com ações concretas e que espantem esse verdadeiro fantasma da possibilidade do fechamento da Fase C ou que ao menos, tenhamos a garantia dos leilões por fonte e por região, para que possamos viabilizar novas usinas a carvão mineral ou ainda a produção de fertilizantes a partir do syngás (gás extraído do carvão).
O debate ambiental é descabido e ilegítimo no caso do Brasil em termos de carvão mineral. Dizer que a exploração brasileira de carvão possui algum significado de importância para o efeito estufa mundial é uma mentira, além de sonegar para uma das regiões mais pobres do Brasil (basta ver os nossos índices sócio-econômicos), a possibilidade, não só melhor, mas de um futuro mesmo. É preciso se levantar, com urgência e gritar bem alto e potente, que o carvão é nossa riqueza e dela não abriremos mão.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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