Um encontro ocorrido na última sexta-feira (26), no Sindicato dos Mineiros de Candiota, foi voltado também para uma importante pauta da região, a transição energética e o não fechamento da Fase C da Usina de Candiota, que tem previsão de fim de contrato em dezembro de 2024.
Organizado pelo Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja) e o Pólo de Inovação Energética e Ambiental do Pampa Gaúcho, a reunião contou com a presença do representante do governo federal, o subsecretário de Gestão e Normas da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulinho Parera, que é de Bagé.
O tema central do debate na Capital Nacional do Carvão foi a transição energética. Conforme lembrou Paulinho, é preciso criar a lei de transição e trabalhar junto a deputados e senadores. “Temos um contrato que finda em 2024 e pouco tempo. É preciso tratar a continuidade da Fase C e trabalhar nos mandatos com deputados e senadores para apresentar essa lei. São milhares de empregos e se não tivermos solução, serão milhares de famílias sem emprego e sem futuro”, destacou.
Parera frisou ter saído otimista da reunião no Ministério de Minas e Energia. “Temos que trabalhar para o desenvolvimento das nossas cidades, e juntos demonstrar os impactos que a paralisação pode causar”, orientou.
AUTORIDADES – No encontro, o prefeito de Candiota e presidente do Cideja, Luiz Carlos Folador, falou sobre a expectativa quanto ao assunto. “Voltamos animados e entusiasmados que a bancada gaúcha vai acolher nossa solicitação, que deputados e senadores vão aprovar essa lei para que a Fase C siga gerando energia. Nossa Fase C é nova, há muito desenvolvimento com as usinas e a qualidade do ar está garantida”.
Em continuidade, o reitor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Alessandro Bicca, disse estar na luta e destacou três premissas da universidade, consideradas a partir de um seminário, como uso sustentável do carvão, respeitar e potencializar as características ecológicas do bioma pampa e pensar na transição energética justa e inclusiva. “A universidade está aqui há 15 anos, temos laboratórios de carboquímica e de energia que podem ajudar a pensar nessa transição. Estamos aqui pela luta e emprego de todos, pois se a usina fechar, teremos perdas em toda região. Os prefeitos, independente de partidos, precisam trabalhar, pois temos que estar atentos, ainda, para os discursos de fechamento de usinas e universidades”.
De Hulha Negra, a vereadora Tanira Ramos (PTB) disse ter se incorporado a pauta desde o início do mandato pela importância da tratativa. “Agradeço a abertura de portas, pois precisamos nos fazer ouvir, nos unirmos e como liderança feminina, penso ser importante esse nosso olhar e representatividade peculiar. Temos muitos hulhanegrenses que tiram seu sustento do carvão mineral e usinas. Devemos entender que é preciso construir essa transição justa para que não ocorram impactos diretos. É importante esse grupo de trabalho ser apartidário perante este cenário, trabalharmos de forma coesa e imbuídos em encontrar um universo favorável”.
O vereador de Candiota e presidente do Fórum de Desenvolvimento Regional, Manejo das Águas e Combate às Estiagens, o Fórum das Águas, Guilherme Barão, lembrou que os trabalhos com relação à pauta se iniciaram no ano passado. “O trabalho de comover deputados e senadores começou em 2022 representando a região, e não partidos. Defendo a Fase C, os mineiros, a região, a prefeitura, pois tenho que pensar no futuro do município. Queremos uma transição justa para que ninguém tenha fome, mas se não seguirmos com a Fase C teremos muitos com fome, Candiota vai ser a cidade do tinha”.
A vereadora de Candiota Luana Vais, falou da confiança que tem pelo governo do atual presidente Lula. “Que orgulho ter pessoas de confiança no governo federal, no governo Lula. Esse é um momento importante para falar sobre o desenvolvimento da região Sul. Estou com muita expectativa sobre a transição energética justa. Ouvia que o Lula era contra o carvão, mas ele é a favor das pessoas”.
Além dos integrantes da mesa de autoridades, uma das explanações foi da diretora estadual do Sinergisul, Cristina Gonzales, que acompanhou a comitiva nas agendas em Brasília. “Não é justo nem vender e nem fechar. A questão social e ambiental devem andar juntas. Queremos encontrar formas mais sustentáveis, que ocorra uma transição gradativa e justa para que ninguém perca sua dignidade”, frisou.
ENCAMINHAMENTOS – Os trabalhos foram coordenados pelo presidente do Sindicato dos Mineiros, Hermelindo Ferreira e pelo representante do Pólo, frei Sérgio Görgen, que após os pronunciamentos, elencou os encaminhamentos que seriam feitos após o encontro.
Frei Sérgio pontuou a realização de agendas com o vice-presidente Geraldo Alckmin, com o deputado Alexandre Lindenmeyer e o presidente da Petrobras Jean Paul Prates; no Ministério de Ciência e tecnologia com a ministra Luciana Santos, insistir com a bancada gaúcha para a criação e encaminhamento da lei de transição energética.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*
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