É indiscutível o papel da comunicação na evolução da sociedade mundial, como também o é, um cenário sombrio que se avista e que parece crescer mundo afora. Ao longo da história não erramos somente pelas debilidades inerentes à natureza humana, mas também porque muitas vezes somos guiados por informações de má qualidade, que é exatamente, o X da questão.
Induvidoso que as más informações são muito responsáveis por fenômenos como por exemplo, o apoio irrestrito a regimes ditatoriais e tiranos, eleição de líderes incompetentes ou mal intencionados, decisões desastrosas que impactam o futuro do meio ambiente e da humanidade, negacionismo explícito contra a ciência, entre tantos outros absurdos.
Por mais paradoxal que possa parecer, apesar de dispormos de ferramentas tecnológicas altamente avançadas para tratar e filtrar informações sérias e sadias, estamos perdendo a capacidade de dialogar e debater, justamente no momento em que mais precisamos disso, porque a avalanche de notícias falsas e desinformações lançadas pelas novas tecnologias prejudicam essa capacidade de diálogo e de debate.
No livro do autor israelense Yuval Harari, cujo título chama-se: NEXUS, Uma Breve História das Redes de Informação desde a Idade da Pedra até a Inteligência Artificial, ele dá bem uma dimensão dos fatos a respeito. O curioso é que ao explorar um dos motivos pelos quais a humanidade tem se rendido à desinformação e por incrível que possa parecer, é o de que as mentiras são mais atraentes que a verdade, pois ela, a mentira, pode ser fabricada para ser convincente e apelativa, enquanto a verdade, por ser complexa e exigir argumentos que a comprovem, demanda mais esforço para ser construída e posteriormente compreendida.
Passa-se a entender então, os motivos pelos quais os regimes autoritários, via de regra, concentram seu poder nos esforços para deslegitimar as instituições que sustentam e apoiam a verdade.
Consequentemente, passa a ser obrigatório e imperioso que, para equilibrar essa balança, haja o fortalecimento de instituições como os meios de comunicação, academias e comitês científicos que atuam como verdadeiros guardiões da verdade, inclusive garantindo mecanismos eficientes para validar ou não, e fiscalizar o valor das informações lançadas, seja de modo contínuo ou desordenado.
Não é possível nem crível, que as grandes corporações tecnológicas sejam administradoras de logaritmos como bem entendem, propondo maiores investimentos sociais em instituições ligadas à sociedade civil que se mostram atentas aos avanços da indústria do algoritmo.
A Inteligência Artificial, por exemplo, poderia muito bem estar contribuindo para calcular os danos ambientais e planejar projetos para mitigar os efeitos climáticos, combatendo assim, um dos maiores problemas da humanidade nos últimos tempos e que vem se acentuando bastante.
“A hora é sempre certa para fazer o que é certo.”
MARTIN LUTHER KING
JÁ FOI CONTEÚDO NO IMPRESSO