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Vice-prefeito de Candiota troca o PSDB pelo PSD de Eduardo Leite

Marcelo Gregório aposta na nova sigla, que ainda precisa ser construída no município

Marcelo concedeu entrevista ao TP para falar do assunto Foto: J.André TP

O vice-prefeito de Candiota, Marcelo Gregório, resolveu oficializar esta semana sua saída do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e anunciar sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD) – sigla que acolheu recentemente o governador Eduardo Leite, que havia feito o mesmo caminho de Marcelo. Também, ele relatou em entrevista exclusiva ao TP, que o deputado federal Lucas Redecker – que é apoiado por Marcelo, ao visitar Candiota esta semana, também falou de sua intenção de migrar à sigla, assim que a janela partidária permitir.

Experiente, Marcelo já ocupou todos os cargos políticos possíveis no município, inclusive sendo prefeito de 2005 a 2008, além de vice (2000-2004), presidente da Câmara por dois mandatos (1997 e 2023) e secretário de governo em diversas ocasiões, inclusive agora estando a frente da Obras e Serviços Públicos. Nesta trajetória de mais de 30 anos de vida pública é a segunda vez que troca de partido, tendo sido do MDB na origem.

Ao justificar a troca, Marcelo disse que Eduardo Leite e Redecker são referências para ele e por isso resolveu acompanhá-los no movimento. “Sou de um tempo e fui prefeito quando isso acontecia, em que tínhamos muitas dificuldades em receber recursos do governo do Estado, como por exemplo, transporte escolar e saúde. Hoje vivemos uma realidade em que o governo estadual aporta recursos nos municípios. Olha a rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC), com quase R$ 11 milhões ma revitalização e agora mais R$ 2 milhões para os trechos danificados. Pavimentamos o bairro União e agora estamos fazendo pavimento no Seival com dinheiro do Estado, sem falar nos compromissos em dia na saúde e educação. E o deputado Lucas sempre foi um defensor do nosso carvão mineral e nunca se escondeu para isso. E quem defende o carvão tem que ter no mínimo nosso respeito e apoio”, disse, também se referindo a deputada estadual Delegada Nadine, apoiada por ele e que igualmente deve trocar o ninho tucano pelo PSD em breve.

TRAJETÓRIA TUCANA

Marcelo afirmou que esteve reunido, antes de qualquer anúncio público, com o presidente do PSDB, vereador Paulinho Brum (que também preside a Câmara), para lhe comunicar em primeira-mão sua saída.

Em tom de agradecimento, o vice-prefeito destacou que foi o PSDB que lhe acolheu em sua retomada na vida pública, depois de 12 anos de vida empresarial. Em 2020 Marcelo disputou uma vaga de veerador pelo partido, tendo ficado na primeira suplência. Com a vitória do atual prefeito Luiz Carlos Folador (MDB) naquele pleito, o PSDB lhe concedeu a cadeira, ao puxar o vereador titular na época, Claudivan Brusque, para a Secretaria de Agropecuária. Ele chegou a presidência da Câmara em 2023 e em 2024 foi indicado pelos tucanos para compor a chapa na reeleição de Folador. “Foram várias as pessoas que me acolheram. As minhas razões de saída agora não são de ruptura, de briga e de mágoas, muito pelo contrário. Tenho gratidão e alegria, mas entendi que este ciclo se encerrou”, disse.

CONSTRUÇÃO DO PARTIDO

Marcelo lembra que o PSD precisará ser fundado em Candiota, pois ainda não existe. Ele aposta que o partido vai apresentar, muito provavelmente, uma possibilidade nacional em 2026 e isso deve contribuir para o crescimento local, além de uma política oxigenada, sem extremismos e propositiva. Sobre o ingresso de novas pessoas e lideranças, Marcelo prevê que será natural, num primeiro momento, pessoas ligadas ao deputado Lucas Redecker também fazerem o mesmo movimento que ele. “Acredito que a minha iniciativa também seja uma forma de atração para a nossa construção partidária”, afirmou.

CANDIDATURA EM 2028

Não negando que pode ser o candidato governista para a Prefeitura em 2028 – já que Folador estará impedido, pois já foi reeleito -, Marcelo teve cautela ao falar do assunto depois de questionado pelo jornal. “Precisamos aguardar as definições de 2026, quando teremos eleições nacionais para depois pensarmos em 2028. E as coisas só acontecem quando existe o reconhecimento da comunidade e quando se tem trabalho. Não posso impor uma candidatura nem ao meu novo partido, nem aos meus companheiros de caminhada ou de alianças partidárias, se isso não tiver o respaldo da comunidade. Estou tranquilo e feliz e as coisas precisam ser naturais, sem atropelos. Não me considero por ser o vice, o candidato natural à sucessão do Folador, há outros quadros preparados também. Sou um nome que está aí colocado, mas a escolha vai depender do trabalho que vamos ter prestado ao final desta gestão”, analisa.

RELAÇÃO COM FOLADOR

Dizendo ter dialogado com o prefeito Folador sobre sua decisão partidária, ele lembrou que o PSD não foi uma força política que ajudou nas eleições passadas como agremiação, porque não existia e agora passa a se materializar na figura do vice-prefeito até o final deste mandato. “Continuo com a mesma lealdade ao governo e ao Folador. Minha convivência com ele é muito harmoniosa e não que não exista divergência, mas há muito respeito entre nós. Faço um exercício de humildade, de resiliência, porque o vice-prefeito não é o prefeito – é uma figura de assessoramento, de substituição do prefeito quando necessário. Assim, seguiremos juntos trabalhando, inclusive para fortalecer a nossa base, que é o PSDB, que tem dois vereadores e o MDB, que tem outros três, além do PP e agora com o PSD como mais novo aliado”, pondera.

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