Aberta as negociações

A primeira impressão é a que fica. E foi boa. Nesta quinta-feira (26) ocorreu a primeira reunião entre a CGT Eletrosul e a Defensoria Pública Estadual (DPE-RS) para debater o impasse causado pela decisão da estatal federal em se desfazer de seus imóveis, tanto em Candiota como em São Jerônimo, onde a empresa, então CGTEE, teve uma usina térmica a carvão.
A nota divulgada pela companhia, mesmo que nas entrelinhas e com linguajar mais técnico, dá algumas pistas importantes sobre a visão e como se dará as coisas, pelo menos pelo lado da CGT Eletrosul. Primeiro ela abre caminho para negociações, porém impõe limites sobre até onde pode ir. Ela rechaça a ideia de associar o processo à privatização da Eletrobras, o que é discutível, afirmando que a alienação dos imóveis é anterior. Deixa cristalino que presta contas, pois é uma subsidiária e que está seguindo “as diretrizes estabelecidas pela Eletrobras por meio do Plano Diretor de Negócios e Gestão. Em sua versão 2021-2025, uma das iniciativas estratégicas apresentadas no documento diretivo trata da Desmobilização de Imóveis”.
Por outro lado, a Defensoria, com perdão do trocadilho, estrategicamente, se manteve na defensiva. O porta-voz do encontro pelo lado da DPE-RS, subdefensor público-geral do Estado para Assuntos Jurídicos, Alexandre Brandão Rodrigues, comemora a reunião, porque abriu a possibilidade de negociação, contudo, é cauteloso sobre apontar um caminho ou como as coisas irão se definir, reforçando que tudo está apenas no começo.
Pelo lado das centenas de moradores, segue a apreensão e a insegurança, porém, ainda assim, com muita esperança de um desfecho que contemple a todos e todas, pois a questão trata de situação muito sensível e que persegue o ser humano em toda a sua existência, qual seja, a moradia.

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