
Medidas começaram a ser tomadas Foto: Raíssa Vargas/Especial TP
O sistema de esgotamento sanitário da Vila Residencial, em Candiota, possui cerca de 50 anos. E algo tão antigo, sem jamais ter sido modernizado, começa cobrar sua conta. A construção, muito provavelmente remonta à época em que as casas foram construídas, entre a década de 1960 e início da 70, pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), que era então a proprietária da Usina Candiota I e depois das Fases A e B.
O sistema de abastecimento de água, que era de fibrocimento, em meados do ano 2000, entrou em colapso. Na época, num investimento alto, a Prefeitura de Candiota substituiu os canos de água por policloreto de vinil (PVC).
ALERTA – Por meio de um vídeo em rede social, um morador mostrou o grave problema que está acontecendo neste momento, com um (ou vários) entupimento(s) na rede de esgoto cloacal da localidade. O fato está fazendo com que o material, ao invés de ser conduzido até a bacia de decantação (conhecido como pinicão), seja largado in natura na natureza, podendo contaminar o lençol freático e até mesmo o arroio Candiota. O incidente está localizado na região do antigo caminhódromo.
O vereador Adriano Revelante (MDB), foi até o local na última semana e constatou o problema. “O esgoto a céu aberto, o mato tomou conta e está escorrendo provavelmente para o arroio, onde é captada a água pra tratamento”, afirmou.
COMPLEXO – Na manhã desta segunda-feira (27), toda a equipe do Setor de Saneamento da Prefeitura, juntamente com o secretário de Obras e Serviços Públicos, Artemio Parcianello e o prefeito Adriano dos Santos, se deslocou para buscar uma solução ao que foi classificado de um problema complexo.

Na manhã desta segunda-feira (27), uma retroescavadeira do tipo Poclain já trabalhava no local, tentando encontrar uma solução Foto: Raíssa Vargas/Especial TP
Segundo os técnicos, o caminhódromo é uma área de aterro e a rede está muito profunda (cerca de 4m). Para tentar chegar até a tubulação foi acionada uma retroescavadeira do tipo Poclain. “Estamos escavando para tentar achar onde está o entupimento. Caso não consigamos resolver desta maneira, teremos que abandonar esta rede e fazermos uma nova em paralelo, com cerca de 150m”, assinala o secretário.
Além disso, Artemio afirmou que ainda será preciso avaliar se o serviço de uma nova rede poderá ser feito pela própria Prefeitura ou se terá a necessidade de contratar uma empresa.
O prefeito lembrou que o conserto desta rede é uma demanda do Programa de Gestão Participativa (PGP), tanto que um trecho mais abaixo do que apareceu agora, já havia sido identificado e uma empresa já tinha sido licitada para fazer.
Além da antiguidade do sistema, também, segundo os técnicos, há ligações clandestinas de esgoto com rede pluvial, o que aumenta a complexidade.
Em relação a água que a população consome na localidade, não há, conforme a Prefeitura, a mínima possibilidade de estar contaminada.
VILA OPERÁRIA – Outro vídeo postado em rede social chamava atenção para um esgoto sendo despejado na Vila Operária, podendo atingir a barragem de água bruta da localidade.
Tomando ciência do problema, segundo o coordenador de Saneamento da Prefeitura, Márcio Lopes, a equipe já realizou a desobstrução. “No local há caixas de inspeção, que funcionam justamente como locais para alertar sobre possíveis entupimentos na rede. Outras vezes já aconteceu isso e assim que soubemos, fizemos a desobstrução e a normalidade volta. Pedimos que a comunidade, assim que detectar algo de errado, que nos comunique”, explicou.
JOÃO EMÍLIO E AREAL – O secretário Artemio afirmou ao TP que ainda esta semana terá uma reunião com a empresa vencedora da licitação, quando será definido um cronograma de obras para se refazer a rede de esgoto na rua Sebastião Florêncio, na João Emílio, que já algum tempo está danificada e parte dos dejetos estão indo para o arroio Candiota. Também, Artemio lembrou que na mesma licitação está prevista a obra de saneamento básico da comunidade do Areal, na sede do município.