CRISE FINANCEIRA

Após audiência e abaixo-assinado, projeto que suspende vale será votado em Pinheiro Machado

Frank Pereira, responsável pelo Controle Interno, esteve na audiência pública para falar da atual situação do município Foto: Gislene Farion TP

Apenas 68 assinaturas. Esse foi o número de apoiadores que o Executivo de Pinheiro Machado conseguiu até a manhã desta segunda-feira (19). Desde a última quarta-feira (14), a administração estava cole­tando assinaturas através de um abaixo-assinado visando reverter o quadro diante da rejeição ao Projeto de Lei nº 28, que trata da suspensão temporária do pagamento do vale-alimentação para todos os servidores públicos do município. Em nota oficial enviada ao jornal Tribuna do Pampa (e divulgada na íntegra em nosso site), o Executivo justificou a inicia­tiva como forma de procurar saber a opinião do restante da categoria.

No documento, cha­mava atenção para a presença de 75 servidores na audiência pública realizada na Câmara de Vereadores na última se­mana onde, destes, cerca de 80% se manifestaram contrá­rios ao projeto que aguarda a decisão dos vereadores.

Diante do fato, se­gundo eles, o alerta era que os parlamentares estariam levando em consideração apenas a opinião de cerca de 75 dos 420 servidores públicos municipais. “Não acreditamos, portanto, que a decisão dos nobres vereado­res possa ser embasada nesse pequeno número de servido­res que estavam lá presentes e que se posicionaram contra o PL”, destaca um dos trechos da nota.

Em função disso, ao que dizem ser a única saída para amenizar a situação financeira do município e não acarretar uma dívida maior ainda, mais uma vez parece que a tentativa foi frustrante para o governo pi­nheirense. Em conversa com a reportagem, Frank Pereira, responsável pelo Controle Interno da Prefeitura, disse que esperava mais apoio dos funcionários porque sabem da calamidade. “Do mesmo modo o abaixo-assinado com as 68 assinaturas vai ser encaminhado para a Câmara de Vereadores para análise dos parlamentares antes da votação”, disse.

Lembrando ser de interesse da população em geral que a situação de ca­lamidade financeira seja re­solvida, o abaixo-assinado também estava à disposição de todos os interessados.

Ângela Régio, presidente em exercício do SiMPiM, representa a categoria que se mostra contrária ao projeto Foto: Gislene Farion TP

SIMPIM O fato acabou revoltando a diretoria do Sindicato dos Municipários de Pinheiro Machado (SiM­PiM), que também divulgou nota de esclarecimento em uma rede social dizendo que não aceitava o recolhimento de assinaturas de quem não estivesse sendo diretamente afetado com a falta de paga­mento do benefício.“Quem tem que opinar e dar suges­tões a respeito dos salários atrasados e Refeisul (vale­-alimentação) atrasado são os servidores públicos mu­nicipais e não a população que não está passando o que nós estamos passando. Têm colegas inclusive passando necessidade”, diz um dos trechos.

VOTAÇÃO Diante da ex­pectativa da categoria para o resultado da votação que estava prevista para a ses­são ordinária da terça-feira (13), a decisão da Mesa Diretora adiou a resposta que o funcionalismo tanto espera nas últimas semanas. Em conversa com o TP, o presidente do Legislativo, Jaime Lucas (MDB), in­formou que concedeu um pedido do líder do governo, Mateus Garcia (PDT), de adiar a votação. Após pas­sar pelas comissões, ouvir a categoria em audiência pública e disponibilizar um abaixo-assinado, finalmente, o Projeto de Lei que visa a suspensão do vale-alimentação para todos os funcionários públicos municipais finalmente deve ser votado nesta terça-feira (20).

Até a última se­mana, apesar de compreen­derem a situação do município, tanto vereadores de oposição quanto de situação não estariam tendendo a votarem a favor do projeto por ele retirar direitos adquiridos do funcionalismo.

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