SOS EQUATORIAL

Autoridades se manifestam sobre os problemas enfrentados nos municípios com a energia elétrica

Mobilização aconteceu no trevo de acesso à Pinheiro Machado Foto: Silvana Antunes TP

A mobilização reuniu autoridades regionais, que externaram sobre os problemas enfrentados nos municípios e manifestaram apoio à população.

A vereadora Elizete Baldez, em sua fala, destacou saber que a empresa CEEE foi vendida, mas que a Equatorial sabia as condições do que estava comprando. Ela também cobra ações por parte do governador Eduardo Leite. “Esse não é um problema de Pinheiro Machado, mas de todos os locais atendidos pela empresa. Se não nos olharem que somos 12 mil habitantes, nos juntamos com quem tem 10 mil, 5 mil, 2 mil habitantes e vamos formar 100 mil até que sejamos ouvidos. Vamos cobrar as melhorias”.

Já o prefeito Ronaldo Madruga disse observar haver falta de comunicação entre os setores da Equatorial. “Estava escutando o superintendente da empresa e ele dizia que não sabia que chegamos a passar 23 dias sem energia em algumas localidades. Isso vem causando prejuízos enormes ao município, principalmente no interior. Já nos colocamos à disposição para mostrar as localidades, mas não obtivemos êxito. Os profissionais que prestam o serviço reclamam de exaustivas horas de trabalho, sem localização certa, que acabam retornando sem resolver o problema. Isso já se arrasta há 6 meses”.

Também de Pinheiro Machado, o presidente do Legislativo, Cássio Câmara explanou ter participado de uma reunião com outros municípios sem resultados. Relataram que foram feitos investimentos, mas são problemas diversos e muitos simples. O que me dói é que nosso governador não está ajudando em nada. Pedimos uma audiência pública na Assembleia Legislativa para levar nossa região e mostrar o que estamos passando, mas até agora não conseguimos data, parece que não há interesse em nos ajudar. Quando foi vendida, o governador deu prazo de até 2025 para melhorias. Fomos no Ministério Público, o qual fizemos parceria com o promotor Adoniram Lemos Almeida Filho, e peço que todos preencham um formulário para que se entre com uma ação por danos morais e indenizatória. Acho que este manifesto deveria ter o triplo de pessoas”.

Problemas enfrentados nos municípios foram externados durante o encontro Foto: Silvana Antunes TP

O presidente da Câmara de Hulha Negra, Luis Gustavo Dias, o Baixinho, que tem propriedade também em Pinheiro Machado, falou em nome do Legislativo. “Em Hulha Negra também sofremos com falta de energia. A Serra da Hulha é um dos locais mais afetados e hoje estamos aqui para essa parceria. As pessoas chegam a passar de 10 a 15 dias sem luz. Então nosso empenho é para buscar melhorias, pois temos esse entendimento de que a Equatorial tem como melhorar. É muito triste para nós, temos tambos de leite e produtores estão perdendo o produto que traz o seu sustento, seu alimento”.

O prefeito de Pedras Altas, Volnei Oliveira, também participou do movimento. Ele afirmou se posicionar de forma a contribuir com a população. Ele também lembrou que durante uma visita a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ficou acertado que os municípios fariam um documento com relato de todas as perdas para que pudesse ser gerada uma cobrança e até multa a Equatorial. “Estamos aqui para contribuir devido as faltas de luz e falta de ação por parte da Equatorial. Estive conversando com o vice-presidente do grupo e pedimos mais equipes para o interior, pois devido simplesmente a uma chave as pessoas ficam muitos dias sem energia. Temos a bacia leiteira que é um dos pontos fortes de Pedras Altas e produtores estão gastando muito dinheiro em combustível para gerador, ocasionando perdas”.

Em nome dos vereadores, a presidente do Legislativo, Nádia Venâncio disse ao jornal que a população está cansada pelas constantes quedas de energia e prejuízos. “Tanto interior como cidade, quem tem bacia leiteira, produtores de diversas culturas e criadores, assim como escolas que perdem alimentos, todos estão tendo muitas perdas, a população está cansada. Então viemos reivindicar por melhorias. Algumas comunidades chegaram a ficar 18 dias sem energia, acarretando também estresse, pois eles se comunicam e não são atendidos”.

Também se fez presente o presidente da Câmara de Piratini, José Auri Soares, que falou da importância da união entre os municípios em defesa do consumidor. “A empresa Equatorial está deixando muito a desejar, principalmente para o povo do interior pela demora no atendimento. É uma empresa que está perdida e não está preparada para atender um município como o nosso com grandes extensões de terras. As pessoas estão perdendo muito com essas faltas de energia que chegam a permanecer por 14 dias”.

Equatorial Energia fala sobre investimentos já realizados e ações futuras

O TP fez contato com a Assessoria de Comunicação da Equatorial para falar sobre o tema. Em nota, o grupo explicou que “segue atento às condições do fornecimento de energia aos clientes e que desde 2022, a companhia já investiu quase R$ 10 milhões na seccional Bagé (Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra, Lavras do Sul, Pedras Altas e Pinheiro Machado)”.

A nota explica que o valor envolve investimentos em manutenção de rede e obras  como dois novos alimentadores, três novos bancos capacitores, novo regulador de tensão e obras para ampliação da capacidade da rede de distribuição, sendo mitigados mais de 1,8 mil defeitos na rede desta região.

“Importante ressaltar que nos últimos meses, o Rio Grande do Sul foi atingido por uma sequência de eventos climáticos de grandes proporções, com chuvas volumosas, fortes ventos e granizo, que causaram danos severos à rede. Além da interrupção do fornecimento de energia, a recorrência destes eventos prejudica o planejamento e a execução de ações estruturais para fortalecimento dos sistemas elétricos. Especificamente na Campanha, as características rede, as longas distâncias e o relevo da região exigem grandes esforços para a completa restituição do serviço. Nos esforços para a normalização do fornecimento é preciso ponderar ainda situações como difícil acesso às áreas afetadas e a segurança dos nossos profissionais e clientes”.

Ainda de acordo com a Equatorial, o planejamento de investimentos da companhia prevê cerca de R$ 30 milhões na região até 2025, incluindo a construção da nova subestação Bagé 3, que irá proporcionar a melhoria da qualidade do fornecimento e da energia. “A CEEE Equatorial também está ampliando em 60% o número de equipes de plantão na região da Campanha, buscando agilizar a normalização de seus serviços especialmente em momentos de contingências ocasionadas por eventos climáticos adversos. Importante ressaltar que nos últimos meses, o Rio Grande do Sul foi atingido por uma sequência de eventos climáticos de grandes proporções, com chuvas volumosas, fortes ventos e granizo, que causaram danos severos à rede. Além da interrupção do fornecimento de energia, a recorrência destes eventos prejudica o planejamento e a execução de ações estruturais para fortalecimento dos sistemas elétricos”.

 

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook