Banco Central

Esta semana os dirigentes do Banco Central, na reunião do Copom, mais uma vez decidiram sobre a taxa de juros que vai decidir entre outras coisas a remuneração dos dinheiros aplicados pelas pessoas mais ricas do Brasil que emprestam ao governo e vivem de agiotagem oficial. A Selic foi mantida em 13,75% ao ano.

Ao manter a Selic em 13,75% ao ano o Copom afirmou que a conjuntura demanda “paciência e serenidade” na condução da política monetária e citou que os passos futuros dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, expectativas de inflação e o hiato do produto, entre outros fatores.

Tenho certeza,os que estão lendo conseguem entender o que querem dizer com “hiato do produto”. Segundo os gênios de plantão “A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradassegue demandando cautela e parcimônia”. Nada como explicar nos mínimos detalhes.

Todos que éramos contra a tal independência do Banco Central sabíamos que daria nisso. Explico. O Banco Central não pode ser antagonista do governo por uma razão muito simples: – o setor público arrecada de impostos cerca de 33% de tudo que o país produz e administra estes recursos. Logo, ninguém neste país é mais importante na condução da economia que o governo federal que administra cerca de 60% dos impostos arrecadados e financia, via BNDES a maioria de todos os projetos de investimentos realizados no país, entre outras ações. O Banco Central “independente dos interesses das maiorias” mantém a taxa de juros elevadas especialmente para beneficiar os poucos que emprestam recursos ao governo via tesouro direto e outros mecanismos. Ainda que as taxas de juros oficiais elevadas prejudiquem a todos que querem investir ou simplesmente comprar um fogão, uma geladeira, um sofá em prestações.

Com a taxa Selic elevada todos que podem deixam de investir. Para se ter uma ideia do que representa ganhar cerca de 10% ao ano sem mover um palito, basta lembrar que um dos mais famosos investidores do mundo, o bilionário Warren Buffet, ganhou investindo por mais de cinquenta anos cerca de 10% ao ano.

Com estas taxas o Banco Central convida os brasileiros a não investir em atividades produtivas. Parece que alguns gênios, também chamados de tecnocratas por alguns, boicotando o governo federal, sugerem que a agiotagem é o melhor caminho aos investidores do Brasil.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

 

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