A comitiva de Candiota, que esteve reunida na Base Aérea de Canoas na última sexta-feira (17), com o vice-presidente da República e ministro de Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, ainda aguarda um retorno da agenda. O encontro foi viabilizado pelo deputado federal e coordenador da Bancada Gaúcha no Congresso Nacional, Dionilso Marcon (PT).
Na oportunidade, segundo os relatos, Alckmin foi muito atencioso e receptivo a pauta que tratou por mais de 30 minutos, sobre a continuidade da Usina de Candiota e uma transição energética, além de todas as preocupações econômicas e sociais que já estão implicando ao fato da unidade industrial estar paralisada desde o dia 1º de janeiro último, por conta do fim dos contratos de comercialização de energia.
A comitiva pediu ao vice-presidente para que interceda junto ao governo federal no sentido de que se emita uma Medida Provisória (MP) que garanta a continuidade das atividades da Usina até 2043, bem como, se faça uma transição neste período. Ele ficou de viabilizar agendas no Ministério de Minas e Energia (MME) e Casa Civil.

Alckmin recebeu a comitiva
na Base Aérea de Canoas Foto: Divulgação TP
Em entrevista à imprensa estadual, após o encontro, Alckmin acenou para a possibilidade de uma transição para Candiota. “Tinha uma emenda de um projeto de lei das offshore que não tinha a ver com o tema, era estranha. Eu recebi (a demanda da comitiva) e vou levar ao MME e à Casa Civil. O Brasil é um exemplo para o mundo em termos de sustentabilidade, pois temos a energia mais limpa: solar, eólica, hidrelétrica e de biomassa. Somos um exemplo de descarbonização. Claro que há um fim previsto (para usinas a carvão), mas há a possibilidade de uma transição”, disse.
Em telefonema a Alckmin esta semana, o deputado Afonso Hamm (PP) também disse que ele reafirmou esta posição de marcar as agendas.
A comitiva também se reuniu esta semana com a secretária de Relações Institucionais do governo do Estado, a ex-prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas. No encontro foi solicitada a participação mais efetiva do Estado no pleito. Segundo relato, o governo estadual irá acompanhar possíveis agendas sobre o tema em Brasília.
Em entrevista a uma rádio de Santa Catarina esta semana, o presidente da Associação Brasileira de Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Zancan, disse que não se descarta o trabalho de derrubada do veto presidencial ao projeto de lei 576/2021 – porém isso deve se arrastar no mínimo até meados deste ano. Ele analisa que a MP pode ser uma saída também.
Zancan lembrou que mesmo tendo uma lei específica de 2022, que beneficia o complexo catarinense, ainda os contratos daquela unidade não foram renovados e eles igualmente apostavam na sanção do PL 576, que agilizaria o processo de lá também.
COMÉRCIO LOCAL
No início desta semana, na Arena Um, no centro de Candiota, um grupo de comerciantes e empreendedores do município se reuniram para externas a suas preocupações com um possível fechamento da Usina de Candiota sem que haja um tempo adequado para isso. Na ocasião, ele assinaram um manifesto que deve ser entregue ao governo federal em breve.

Empresários de Candiota se reuniram esta semana e expressaram preocupações Foto: J. André TP
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO