LUTO

Candiota lamenta e se entristece com a perda do Nico do Posto

Morte causou comoção na comunidade local, pois era uma figura muito querida e conhecida na cidade

Nico recebendo um dos inúmeros prêmios de Melhores do Ano que seu posto conquistou Foto: Arquivo TP

Antônio Alberto Dal-Molin, ou simplesmente o Nico do Posto, abasteceu Candiota não só com combustíveis, mas também com seu jeito despojado, sua simplicidade e solidariedade, seu carinho com as crianças e sua forma sincera de levar a vida e tratar de qualquer assunto.

No início da noite da úl­tima quarta-feira (25), no dia que o mundo se entristecia com a morte de Maradona, a notícia do falecimento do apaixonado por futebol e esportes em geral, torcedor inveterado do Internacional e do Grêmio Bagé, deixava Candiota de luto completo.

Segundo familiares, Nico não vinha se sentindo bem já algum tempo, sendo que na terça-feira (24) tinha procurado ajuda médica. No dia da sua morte ele novamente se sentiu ruim, já na sua casa na Vila Operária, tendo sido socorrido e levado para Bagé, não tendo resistido. Falecido aos 67 anos, o óbito atesta que Nico teve uma cardiopatia isquêmica.

Ele também foi submetido a um exame de Covid-19. O resultado do exame foi divulgado neste sábado (28) pela Prefeitura de Candiota. A família Dal Molin, em gesto nobre como forma de respeito à comunidade, confirmou o resultado positivo do exame de Nico para a Covid-19.

A sua morte causou uma grande comoção na cidade, com cen­tenas de manifestações de carinho, especialmente pelas redes sociais.

A Prefeitura emitiu nota, assim como o prefeito Adriano dos Santos, bem como o prefeito eleito Luiz Carlos Folador, lamentando e estendendo os sentimentos aos familiares.

 

40 ANOS DE CANDIOTA – Não havia uma criatura na Capital Na­cional do Carvão, seja rico ou pobre, criança ou idoso, que não conhe­cesse o Nico do Posto. Não é para menos, além do seu jeito irreverente, durante os 40 anos que esteve em Candiota – chegou na cidade aos 27 anos, em 1980, ele fazia questão, mesmo sendo o dono do posto de combustíveis, de estar na pista e ser frentista.

Nascido em dia 21 de ja­neiro de 1953, no município gaúcho de Sobradinho, Nico era filho dos agricultores descendentes de italia­nos Vitelio José e Esther Maria Dal Molin. Ele era o quarto filho de uma sequência de 11 irmãos: o mais velho é o primeiro prefeito de Candiota, Odilo, Sérgio (em memória), Nanci, Olavo, Alair (em memória), Norma, Neida, Nádia, Moacir, Marco An­tônio (ex-vereador de Candiota) e Naiara.

Em Candiota, Nico sempre atuou no ramo de combustíveis, contudo, especialmente quando mais jovem, teve vida ativa nos campos de futebol da cidade. Bom goleiro, Nico defendeu as cores do Atlético Mineiro, Vila Airton e Jovem Guar­da. Foi juiz de futebol e se brincava na época, que chegou a apitar alguns clássicos locais, com um ‘30’ na cintura para manter a disciplina em campo. Também, foi atleta debolão, integrando os grupos da cidade, quando o esporte era muito praticado localmente.

Apaixonado e defensor da música nativista e da cultura gaúcha, ele era frequentador assíduo dos CTGs, tendo sido sócio do Can­deeiro do Pago e Luiz Chirivino.

Nico era amante de uma boa pescaria, de um rodeio, de carreiras de cancha reta e de uma picanha no capricho.

 

VELÓRIO RESTRITO – Em função da pandemia, o velório foi extrema­mente restrito, realizado por muito pouco tempo na capela de Candiota na manhã desta quinta-feira (26). Apenas a esposa Solange, as filhas do casal, Antonela e Mariela, além do seu outro filho Tiago e parentes muito próximos, tiveram acesso ao local e por um tempo bem exíguo.

O sepultamento ocorreu no cemitério municipal, acompa­nhado à distância por familiares e amigos.

Além da esposa e filhos, Nico deixou um casal de netos, Ju­lia, de dois anos e Antônio, de sete.

O posto de combustíveis, que é muito utilizado pela comu­nidade local, permaneceu fechado desde a notícia do seu falecimento e ainda não existe uma definição da família de como ficará a sequência do negócio, já que Nico era a essên­cia e a cabeça da empresa.

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