No sábado (2) à tarde, antes de uma nova tragédia, a família de Maico Morais, fez uma manifestação pedindo por justiça nas ruas da cidade Foto: Divulgação TP
O episódio violento que tirou a vida do jovem de apenas 22 anos, Lucas da Silveira Porciúncula, na noite do último sábado (2) assustou a comunidade de Candiota, que reage nas redes sociais pedindo mais segurança. “Nós, sociedade civil, precisamos nos organizar em defesa da vida de nossos jovens! Não podemos mais, assistir atônitos, seu extermínio! É o filho do vizinho, do amigo, do conhecido, do desconhecido… Não foi uma mãe que perdeu seu filho, o que já seria uma tragédia, são várias mães e vários filhos, com a vida ceifada precocemente pela violência: homicídios e “suicídios”! Perdemos todos nós e quem está ganhando o jogo é a maldade! Crimes sem solução, assassinos sem punição, enquanto sangramos a dor da perda irreparável de nossos entes queridos! Não podemos entregar nosso município, antes pacato e pacífico, à criminalidade! São necessárias várias estratégias, a curto, médio e longo prazo! Mas, no momento a mais urgente é a SEGURANÇA!”, escreveu em suas redes sociais a ex-vereadora e diretora da Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Oito de Agosto, Sandra Müller.
Com a morte de Lucas, o trágico saldo é de três mortes violentas no município em menos de 90 dias neste ano. Na tarde do sábado que ele morreu, a família de Maico Morais, de 35 anos, pedia justiça nas ruas por outro homicídio ocorrido recentemente. A primeira morte violenta ocorreu no fim de junho num bar no centro da cidade, também de um jovem de 22 anos, que foi executado.
SEMINÁRIO DE SEGURANÇA
Puxado pela Prefeitura, por meio da Coordenadoria de Segurança, Trânsito e Defesa Civil, foi realizado no último dia 19 de julho, um grande Seminário na Câmara local, quando foram reunidas todas as forças de segurança da região no evento.
Lá se debateu a necessidade de transformar a Brigada Militar em Esquadrão no município, a volta de uma unidade do Corpo de Bombeiros, bem como, que a Delegacia de Polícia Civil retomasse os plantões, com efetivo e delegado próprios, justamente pelas características de Candiota – que é uma cidade que possui um fluxo intenso de pessoas, especialmente na questão da empregabilidade.
EFETIVO
O coordenador municipal de Segurança, Trânsito e Defesa Civil, sargento reformado da BM, Flávio Sanches, assinala que o setor tem feito esforços para aumentar o efetivo das polícias, sendo que, lembra ele, recentemente três novos brigadianos foram efetivados. “Temos batalhado por mais efetivo na Brigada Militar, onde estive duas vezes esse ano em reunião com o comandante geral no RS, coronel Cláudio dos Santos Feoli, e isso já está dando resultados, pois o efetivo foi reforçado recentemente. A promessa do comandante é de repor todo o efetivo previsto de 29 policiais no município. Mas está com grande deficiência de pessoal a nossa Delegacia de Polícia Civil, que tem apenas um agente, que vem três vezes na semana para atender na DP. No mínimo teria que ter quatro policiais”, pontua Sanches.
GUARDA MUNICIPAL
Flávio Sanches lembrou ainda, que durante o Seminário de Segurança, o prefeito Luiz Carlos Folador se comprometeu com a criação de uma Guarda Municipal, sendo que já existe uma lei de 1998, que apenas precisa ser atualizada. “Continuamos na luta, mas tem crimes que nem a polícia consegue evitar, como esse de sábado à noite quando a vítima foi praticamente executada em frente a sua casa, mesmo assim a Brigada Militar chegou rapidamente ao local, e as investigações estão bem avançadas para esclarecer esse crime bárbaro”, assinalou ele.
