Maninho (E), Donei e Renato já pensam na próxima aventura Foto: Divulgação TP
O céu, a água, as paisagens e a cachorrinha Farofa, com suas características particulares e peculiares foram as únicas companhias de três amigos candiotenses durante uma aventura de caiaque na última semana. O trio composto por Renato Ferraz, 59 anos, Claudionei Rodrigues Soares (Donei), 47 anos e Clementino Lima (Maninho), 38 anos, percorreram cerca de 90 quilômetros em caiaques. Eles saíram da localidade de Passo dos Carros, pelo arroio Candiota, e finalizaram o percurso no Passo do Centurião, em Herval, pelo rio Jaguarão durante cinco dias de aventura.
Nesta semana eles estiveram visitando a redação do Tribuna do Pampa para contar um pouco sobre a experiência que, segundo eles, começou um mês antes com a programação e organização. “Já tinha descido outras vezes em outros lugares, mas sempre tive vontade de fazer essa parte do nosso rio. Após comentar com o Maninho, que é meu vizinho, ele topou e fomos. Inicialmente queria ir de barco a motor, mas ele disse que não era possível e realmente, de caiaque faz toda a diferença devido a diversos trechos não tão acessíveis. Com o caiaque reduzimos mochilas apesar de levar tudo que era necessário e fomos a primeira vez até o São Diogo, em Pedras Altas, cerca de 48 quilômetros. Adoramos e resolvemos planejar ir além, até o Centurião, outros cerca de 42 quilômetros a frente. Aí surgiu o Donei que topou participar pela primeira vez, começamos a planejar um mês antes, salgar carne para alimentação, definir cardápios para não faltar nada e ver equipamentos necessários. No dia 7 de janeiro, com a ajuda do João Henrique Dill, o Funga, que nos levou até o local de saída, começamos nossa aventura e chegamos no dia 12 com o auxílio do Cleodir Coelho Dias, o Rato, que nos buscou no fim da trajetória. Temos muito a agradecer a eles”, contou Renato Ferraz.
Acampamentos eram montados para o pernoite Foto: Divulgação TP
Maninho completou acrescentando que tudo saiu dentro do planejado e com segurança. “Meio que estabelecemos horários para remar até chegar em pontos em que poderíamos montar acampamento. Não saímos do tempo estimado e era possível se organizar bem para passar a noite, secar roupas e desfrutar do local, além de descansar, pois são muitas horas remando passando por paisagens diversas, corredeiras, vegetação, cachoeiras. O grupo foi unido durante todo o tempo, cada um já sabia o que tinha que fazer e não ficava pesado para ninguém. Saímos unidos e alegres e voltamos da mesma forma, sem desavenças ou qualquer tipo de problema”, destacou.
Donei, que desceu de caiaque pela primeira vez, falou da emoção vivenciada. “É difícil descrever, muitos lugares lindos que a gente não vê aqui, com bastante peixe onde não tem a pesca predatória e sem muita presença humana devido ao acesso ser muito difícil. Passamos por umas dez cachoeiras, e era cada despraiado lindo, uma paz, é muita emoção, foi muito bom, estou pronto para a próxima”, expôs.
Maninho completou. “Por momentos tu esquece a rotina, fica longe do celular, só usamos para tirar fotos para ficar de recordação, é um momento de resgate, traquilidade pelas paisagens, pela paz que os locais transmitem. Vimos gente acampando, campereando, poucas pessoas ao longo do caminho, que nos passaram instruções importantes”, acrescentou.
Até bolo frito foi preparado para alimentação Foto: Divulgação TP
COMPRAR TERRENOS
Solicitados a relatar momentos marcantes, Renato lembrou as muitas viradas de caiaque de Donei – normal para iniciante e sempre com proteção de colete salva-vidas – conhecidas como comprar terrenos. “Ele dizia que não iria virar nenhuma vez, que ia chegar seco, mas quando vi garrafas passaram boiando por mim. Ele virou algumas vezes, voltou com muitas terras dessa experiência. Então, foi divertido, momentos bons, de construção e fortalecimento de amizades”, lembrou Renato.
SENTIMENTO
Para finalizar, o jornal questionou o grupo acerca do sentimento deles após a conclusão da aventura. “A vontade é voltar, fazer outra descida, foi tudo de bom. Temos muitos registros, mas os mais significativos estão em nossa memória, como as viradas, os lugares por onde passamos. Chegamos felizes, deu tudo certo, todos interagindo juntos, se ajudando, isso é o mais importante. Inclusive já é nossa vontade fazer o mesmo percurso, porém até a cidade de Jaguarão, ainda mais longe”, finalizou Renato com a concordância dos outros dois amigos.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO