PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Castelo de Pedras Altas tem projeto de restauração aprovado

Assim que forem captados recursos, os reparos começarão pela parte mais precária, que é o andar superior

A Associação Castelo de Pedras Altas está apta a buscar recursos de empresas que pagam ICMS ao governo do RS, podendo ser destinado o imposto para o restauro do monumento Foto: Arquivo TP

Durante a 14ª edição do Melhores do Ano, que aconteceu no último sábado (10), promovido pelo jornal Tribuna do Pampa, a família Segat, proprietária do Castelo de Pedras Altas, que foi homenageada na ocasião, anunciou em primeira mão que o projeto de reforma e reestruturação do castelo onde morou a família Assis Brasil, localizado em Pedras Altas, foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC).

Conforme explicou uma das proprietárias, Gabriela Segat, como se trata de um patrimônio tombado pelo Estado, o castelo tem que ser restaurado e não simplesmente reformado. “O que implica em um investimento bem maior. Nesse sentido, a LIC possibilita que recursos de empresas que pagam ICMS ao governo do Rio Grande do Sul possam destinar o imposto para o restauro, o que significa que agora estamos aptos a iniciar esse processo de captação de recursos para enfim começar as obras”, relatou.

A restauração vai ser feita por etapas. A primeira será da parte mais precária, que é o andar superior, além da parte elétrica, infiltrações e parte estrutural. “Após vamos avançando conforme o possível, tem muitos móveis a serem restaurados, a biblioteca toda tem que ser higienizada e devidamente tratados os livros. Os tapetes, cortinas e tecidos têm que ser higienizados e acondicionados em lugares apropriados. Sem falar em toda a parte estrutural como paredes, pisos e janelas, teremos que recuperar tudo”, explicou Gabriela.

EVENTOS – Segundo Gabriela, já tem alguns eventos planejados para 2023 no castelo. “Entre eles teremos a comemoração do centenário do tratado de Pedras Altas e 110 anos da construção do castelo, provavelmente para o segundo semestre. Outros ainda faltam acertar alguns detalhes, mas vem muita coisa legal por aí”, confirmou.

As visitas guiadas também seguirão no próximo ano, sendo sempre divulgadas as datas no instagram oficial do castelo (@castelopedrasaltas). “Vamos fazer algumas promoções para proporcionar a algumas pessoas visitar as obras internamente”, informou.

RELEMBRE – Cabe lembrar que a família Segat oficializou a compra do castelo com um almoço em março deste ano, reunindo familiares, autoridades locais e estaduais. O monumento passou a levar os nomes de Rafael Batista Trindade Pacheco Segat, Gabriela Trindade Pacheco Segat e Kamilla Trindade Pacheco Segat.

O responsável pela compra foi o pai dos novos proprietários, o advogado Luiz Carlos Segat, que na ocasião relatou que a aquisição foi efetuada pelo interesse da família no local, conquistado através do trabalho do corretor de imóveis João Iris Silva Moreira e dedicação dos advogados das partes envolvidas na negociação.

O monumento construído pelo diplomata Joaquim Francisco de Assis Brasil para a esposa Lídia Pereira Felício de São Mamede, foi inaugurado em 24 de junho de 1912. O local integra a história gaúcha ao ter sido palco da assinatura do tratado que pôs fim a Revolução de 1923, entre Ximangos e Maragatos. Construído em granito rosado, a estrutura conta com 44 cômodos e entre o acervo de relíquias alocadas na propriedade há os 22 volumes da enciclopédia de Diderot e D’Alambert, de 1751.

O Castelo foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) em 1999 e estava sob responsabilidade de herdeiros de Assis Brasil, mas estava sofrendo com a ação do tempo, ocasionando além de arrombamentos, invasões e furtos, a deteriorização da estrutura.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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