CANDIOTA

Chuvas e falta de material deixam trechos da MAC em situação difícil

A Prefeitura aguarda desfecho de uma licitação e empréstimo de material por parte de Bagé

Veículos acabam trafegando na contramão de direção para desviar

Veículos acabam trafegando na contramão de direção para desviar Foto: J. André TP

As constantes chuvas que têm ocorrido na região nos últimos dias, concorrem e muito para aumentar os problemas do principal acesso ao município de Candiota, a rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC).

Como é recorrente e de debate público e político, a MAC há anos passa por um processo agudo de desgaste e a falta de manutenção lhe impõe deterioração efetiva. Nas redes sociais, usuários do trecho de 13,3km reclamam que os buracos estão ocasionando prejuízos, como estouro de pneus e aros entortados, além do perigo de um acidente. Também cobram da Prefeitura local uma ação.

Este usuário da MAC postou em rede social o aro amassado de sua moto, após bater num buraco

Este usuário da MAC postou em rede social o aro amassado de sua moto, após bater num buraco Foto: Divulgação TP

TAPA-BURACOS – A Prefeitura tem realizado de tempos em tempos, as chamadas operações tapa-buracos para amenizar o problema, contudo, segundo o secretário Geral de Governo e que também responde pela Secretaria de Obras, Artemio Parcianello, a falta de material impediu a realização dos serviços nas últimas semanas.

O secretário explica que foi aberta uma licitação para a compra de asfalto frio (material que mais se mostrou eficaz), entretanto uma das empresas participantes pediu informações técnicas e isso atrasou o processo. Como forma emergencial, Candiota pediu à Prefeitura de Bagé o empréstimo de asfalto quente produzido pela usina que pertence ao município vizinho. “O tempo também impediu que a usina bageense trabalhasse para produzir asfalto, mas assim que ela dispor, já está acertado que nos fornecerá. O quente não é ideal, mas como Bagé é perto e é emergencial, usaremos este material mesmo”, assinala Artemio.

Nos trechos citados na última edição pela coluna Papo de Redação e que estão necessitando algo além de um tapa-buracos – altura do posto Buffon (antigo posto da Antena), nas imediações do posto do Nico (antes e depois), em frente a empresa Entel, embaixo das correias do carvão na Usina da CGTEE e próximo a BR-293 -, conforme Artemio, a Prefeitura estuda uma maneira de fazer uma ação semelhante a que foi realizada no ano passado em frente ao Posto do Nico e em frente a João Emílio.

FEDERALIZAÇÃO – A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara Federal dos Deputados vai realizar em data ainda a ser definida, uma audiência pública para debater a proposta que prevê alterações na Lei 12.379, que criou em 2011 o Sistema Nacional de Viação (SNV).
Entre as propostas está um pacote de federalizações de rodovias que atendem ao Capítulo dos Subsistemas Federais de Viação, em seu artigo 13, onde as rodovias são classificadas. Neste pacote está a rodovia Miguel Arlindo Câmara (MAC) – principal via de acesso a Candiota -, que se encaixa pela legislação como uma rodovia de ligação.

Segundo a lei, as rodovias de ligação são as que, orientadas em qualquer direção, ligam pontos importantes de duas ou mais rodovias federais, ou permitem o acesso a instalações federais de importância estratégica (caso da MAC), a pontos de fronteira, a áreas de segurança nacional ou aos principais terminais marítimos, fluviais, ferroviários ou aeroviários constantes do SNV.

No caso da MAC, ela atenderia a legislação porque é o único acesso desde a BR-293 até a Usina de Candiota – que pertence a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), sendo esta subsidiária da Eletrobras, que ainda tem sua estrutura acionária majoritária pertencente à União. O governo federal acenou com uma proposta de privatização da Eletrobras recentemente, entretanto o tema ainda depende de desdobramentos.

Esta semana, o prefeito Adriano dos Santos, que está em Brasília, tentará novamente um encontro com o relator do projeto, deputado mineiro Jaime Martins (PSD). Recentemente, o prefeito candiotense solicitou agenda, mas o deputado não estava na capital federal nos dias em que Adriano estaria.

ASSUMIR – O secretário Artemio destaca que a Prefeitura não se opõe em assumir a rodovia, contudo alerta para o custo disso ao município. Conforme ele, uma ação emergencial hoje demandaria de R$ 3 a 4 milhões no trecho. “Aplicamos isso na MAC e não fazemos mais nada o ano inteiro em termos de investimentos em outras coisas”, pondera.

Para ele, o governo federal precisa assumir alguma responsabilidade com a rodovia, pois a geração de energia é para o Brasil e não apenas para Candiota. “Se o trânsito pesado não passasse sobre ela, até seria viável para o município. Veja como estão as avenidas Luiz Chirivino e 24 de Março. A União só retorna 18% do que arrecada com Candiota”, explica.

MAC está com muitos buracos em diversos pontos da rodovia

MAC está com muitos buracos em diversos pontos da rodovia Foto: J. André TP

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