As opiniões se dividem, mas também convergem quando o tema é o sistema de abastecimento de água em Candiota. Aos poucos se percebe que a comunidade vai se conscientizando de que mudanças mais profundas precisam ser feitas para que se alcance melhores resultados, como por exemplo, a criação de uma autarquia do tipo Daeb (Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé), além é claro de instalação de hidrômetros para se ter justiça na cobrança, entre outros avanços.
A reportagem que o TP publicou na última edição sobre o tema, repercutiu nas redes sociais e intensificou o salutar debate. Na matéria, o jornal retratou a visita de vereadores de oposição à estações de tratamento de água (ETAs), fazendo críticas e denúncias e o prefeito rebateu com vídeo, inclusive classificando de mentiras certas afirmações. Também o material jornalístico fez um rápido resumo sobre o sistema de abastecimento do município e suas dificuldades.
A moradora da sede do município, Prisicla Waiss, resumiu um pouco o sentimento das pessoas num comentário que postou junto à reportagem. “Independentemente de partido A ou B sempre temos que cobrar para melhorias na nossa cidade. Foi assim que aprendi. Até mesmo porque pagamos nossos impostos e o bom que de toda essa polêmica é que as melhorias vão aparecer. Assim espero”, disse.
Já Carolina Santos indagou: “Conhece alguma cidade que seja cobrada “taxa” e não o que de fato é consumido e que ainda o povo só reclame?”. E completou: “Na real a Prefeitura de Candiota (independente do partido que está governando) sempre foi uma mãe. É só o pessoal dar um passinho pra fora da cidade e viver 30 dias em outro município que nota isso rapidinho. Independente de ser a Prefeitura ou órgão privado, falta água, dá ruim no tratamento em tudo quanto é lugar. A diferença é que se privatizar o serviço é tão ruim como, mas pelo dobro ou triplo do preço”, analisou.
Uma moradora de Seival postou que a água é de péssima qualidade na localidade. “Uma água daquelas é falta de consideração com o povo”, apontou.
Já o morador da Vila Operária, Leandro Alves Branco, reclama do não cumprimento por parte da Prefeitura, da nova lei aprovada pela Câmara de Vereadores em 2018 e que entre outras coisas regulamenta a instalação de hidrômetros. “Hoje o que vejo é a mesma qualidade, precária, falta de água constante e com uma suba três vezes mais que a velha taxa. Hoje eu pago quase R$ 70,00 de água. Sendo que se a Prefeitura cumprisse a lei de cabo a rabo, eu Leandro, consumidor responsável da água potável, iria pagar bem menos, fazendo minhas contas ia pagar quase R$ 50,00”, destaca.
Alguns chegaram a propor passar o sistema para a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) – estatal que atende grande parte das cidades do Estado, porém na opinião do mineiro Hermelindo Ferreira, isso não seria a solução. “O problema da água é geral em toda a nossa região e não se pode dizer que isso é um justificativa. Hoje mesmo a Corsan estava no centro do debate em Dom Pedrito. Mas se tivéssemos Corsan ou uma empresa privada, posso afirmar que é muito mais caro”, alertou.