Coprocessamento, os dois lados da moeda – Parte I

Para que possamos entender a prática do coprocessamento de combustíveis é preciso voltar um pouco na história. Até o período das crises do petróleo, entre 1972 e 1979, muitas empresas estavam fortemente alicerçadas no consumo de óleos para geração de calor/energia. Após esse período, o carvão mineral passa a ter uma importância crescente, que no Brasildurou até os anos 90, quando da sua estagnação.
A partir dos anos 90 algumas industrias, em especial a cimenteira que é fortemente demandante de calor, após alguns períodos de pesquisa e testes de outros combustíveis, descobre no mercado internacional um produto chamado Coque de petróleo. Sendo ele um resíduo do processo de refino do petróleo, pesquisas apontam que seu preço inicial foi de apenas 1 dólar a tonelada, mas em contra partida, precisava ser retirado no local de origem (Colômbia, Golfo do México, etc..), ou seja, o frete era mais caro que o próprio produto.
Com o aumento do consumo, o Coque de petróleo passou a assumir o papel de principal combustível dos produtores de cimento, fazendo com que seu preço aumentasse exponencialmente. Logo foi necessário voltar as pesquisas e testes na busca de novas fontes de calor. Muitos foram os esforços para adaptar as fabricas ao redor do mundo, e no Brasil, para o consumo de outros resíduos industriais.
A partir deste momento nasce o Coprocessamento de resíduos, que nada mais é que o aproveitamento de algo que antes era enviado para o aterro sanitário, mas que devido seu poder de queima, poderia ser utilizado nos fornos de cimento. A indústria de pneu veicular foi uma importante protagonista nesta história, mas que contaremos em nossa próxima coluna. Até lá!

Comentários do Facebook