ÍNDICES CRIMINAIS

Dados policiais apontam redução de crimes no Estado e região do TP nos seis primeiros meses de 2024

Comparação foi realizada com mesmo período de 2023

Delegado André Mendes é o responsável regional, sendo responsável pela Decrab Bagé Foto: Divulgação TP

Foram divulgados recentemente pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul (RS), os índices criminais relativos aos seis primeiros meses do ano, com informações de registros de ocorrências policiais de 1ª de janeiro a 30 de junho de 2024.

A reportagem do TP procurou as tabelas relacionadas a 2023 para uma comparação de registros. Conforme os dados, houve no RS, uma redução de mais de 33 mil ocorrências de 2023 para 2024, com diminuição de números em todos os tipos de crimes e registros policiais, passando de 164.043 mil no ano passado, para 130.544 neste ano.

 

REDUÇÕES NO ESTADO

Entre os destaques de redução estão os homicídios, que diminuíram 127 casos de um ano para o outro; furtos, reduzindo de 64.390 para 51.907 em 2024, ou seja, menos 12,4 mil registros. É possível citar a redução de roubos, passando de 17.549 mil para 10.822, ou seja, mais de 6,7 mil casos a menos neste ano; e estelionatos, reduzindo de 45.899 para 37.821, em torno de 8 mil casos a menos em 2024. Na lista de reduções mais expressivas estão crimes de roubo de veículo, passando de 2.058 casos em 2023 para 1.228 em 2024, 830 a menos no Estado, e infanticídio (assassinato do próprio filho pela mãe, durante o parto ou logo após, sob a influência do estado puerperal), reduzindo de 1.064 casos para 860 neste ano, ou seja, menos 204 registros. Por fim, cabe destacar a redução de cerca de 500 registros de ocorrências em comércios (passando de 2.945 em 2023 para 2.459) e 132 casos a menos de ocorrência no transporte coletivo, passando de 304 para 172. Devido as características da região do jornal, é importante citar os casos de abigeato. Em 2023 foram 2.058 casos no RS, já em 2024, 1.552, uma redução de 506 registros.

Segundo as tabelas e índices, é importante salientar que nos dados de Vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), há os registros das vítimas de homicídio doloso de trânsito, aborto, induzimento/auxilio ao suicídio, infanticídio, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial, lesão corporal seguida de morte, feminicídio, homicídio doloso e latrocínio. Ainda, que as ocorrências de abigeato também estão contidas no somatório das ocorrências de furto, porém para mostrar os índices, também estão expostas de forma separadas.

REGIÃO DO TP

O jornal também analisou os índices criminais dos cinco municípios de cobertura impressa: Bagé, Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas e Pinheiro Machado. Com exceção de Hulha Negra, os demais municípios apresentaram redução no número de ocorrências no mesmo período de análise. Conforme a tabela abaixo, ao todo foram 1.862 registros de janeiro a junho de 2023 e  1.656 em 2024.

Em Bagé, em 2023 foram 1.555 registros de ocorrências. O número foi reduzido em 2024 para 1.360, 195 registros a menos no mesmo período. Os maiores números estão em crimes de furto (passou de 685 para 596 em 2024), estelionato (472 em 2023 para 383 neste ano) e roubo (114 em 2023 e 83 em 2024). O crime de abigeato também apresentou aumento de índices, passando de 30 registros em 2023 para 43 em 2024, assim como homicídio que passou de 6 para 8 casos registrados.

Candiota totalizou em 2023 105 registros policiais, já em 2024 o número foi de 90 nos seis primeiros meses de cada ano, apresentando redução de índices. Houve aumento de registros apenas em crimes de furto (41 em 2023 para 48 em 2024), estelionato (passando de 24 para 25 neste ano) e delitos relacionados a armas e munições (em 2023 foi apenas um registro contra 4 em 2024). Ao contrário de 2023 que apresentou um homicídio de janeiro a junho, em 2024 não houve registro de assassinatos na cidade.

Hulha Negra foi o único município da região de cobertura impressa do TP com aumento de índices no período. Dos 40 registros de 2023, o número passou para 54 no primeiro semestre de 2024. Há um aumento em registros de furtos (de 14 para 22), abigeato (de 4 para 5 em 2024) e tráfico (de 2 para 5). Em 2024 houve o registro de dois homicídios, ocorrências não registradas em 2023.

Pedras Altas apresentou redução no número de registros oficiais. Dos 38 casos de 2023, o número passou para 35 em 2024 no mesmo período analisado. Não houve registros de homicídios e os maiores índices são de furtos (21 em 2023 e 16 em 2024) e abigeato (de 14 para 11 em 2024).

Pinheiro Machado também apresentou redução de crimes, sendo um total de 124 em 2023 e 117 em 2024. Apresentou o mesmo número de homicídios nos dois anos (dois casos) e os maiores registros são de furtos (47 em 2023 e 48 em 2024) e estelionato (55 em 2023 e 34 em 2024).

DELEGADO

O jornal conversou com o delegado regional da região de Bagé, André Mendes, que fez uma análise sobre os índices criminais na região. “Nas cidades apontadas, tivemos redução nos índices em determinados delitos. Contudo, por exemplo, em Bagé, do ano passado para 2024, comparando o 1º semestre, o homicídio e o abigeato apresentaram um aumento, considerado pequeno e dentro de uma tendência quando analisamos períodos maiores. Na maioria dos casos, existe redução de criminalidade, fator que está associada ao trabalho forte da polícia, realização quase que cotidiana de operações, e aumento no número de prisões em flagrante. No primeiro semestre de 2023 foram 146 prisões em flagrante. No mesmo período desse ano, tivemos 216 prisões em flagrante – aumento de 48% na DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento) de Bagé, que atende também os municípios de Aceguá, Candiota e Hulha Negra”, explicou André Mendes.

O delegado fez um destaque para ocorrências de abigeato, que em Bagé houve um aumento significativo, passando de 30 casos no primeiro semestre de 2023 para 43 no mesmo período de 2024. “No caso do abigeato, e o aumento significativo foi em Bagé, é preciso entender a série histórica. Em 2016 foram 139 casos; em 2017, 89; em 2018, 70; em 2019, 59; em 2020, 49; em 2021, 61. A oscilação entre 2023 e 2024 ainda está aquém do ano de 2022, que apresentou 48 registros, demonstrando, ainda, tendência de queda na linha histórica. Esses números estão muito ligados ao período de atuação das Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato”, concluiu.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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