Defender o carvão é defender nossa sobrevivência

Defender o carvão mineral na atualidade é uma tarefa, vamos admitir, bem complicada e difícil. A urgência climática é uma realidade, pois como já pontuamos várias vezes aqui neste espaço, não somos partidários do negacionismo ambiental, muito pelo contrário.

Temos consciência, que o carvão mineral, utilizado da forma como vem sendo feita desde o fim do século 18, é um dos principais fatores para o desequilíbrio ambiental planetário. Todos estão de acordo neste sentido. Contudo, no Brasil, especifica e definitivamente, o carvão mineral não é o vilão ambiental a ser enfrentado. Nisso que precisamos ser claros e transparentes. O carvão quase não significa nada diante das queimadas e o desmatamento na Amazônia, sem falar na pecuária extensiva.

Mas igualmente estamos concordando que queimar carvão para gerar energia elétrica da forma que estamos fazendo não pode perdurar. Quando em 1828, o então tenente Emílio Mallet, descobriu o carvão em Candiota, a partir dali se iniciou uma saga de desenvolvimento, que se efetivou com maior contundência a partir da construção da Usina Termelétrica Candiota I, inaugurada em 1961, portanto há mais 130 anos após a descoberta de Mallet.

O carvão originou o surgimento do município de Candiota, em 1992, quando se emancipou de Bagé e se consolidou, após 31 anos, como um dos mais prósperos, mesmo em meio a uma região que ainda está longe do desenvolvimento pleno.

Nos retirar da exploração do carvão, sem qualquer planejamento, é mais uma vez nos relegar à pobreza. O horizonte determinado pelo Acordo de Paris é 2050. Até lá, é preciso que nos dêem as condições para usar o carvão mineral em bases menos poluentes e em busca da maior captura do CO2, como a gaseificação, estruturando uma indústria de gás, metanol e fertilizantes, além da garantia do funcionamento das atuais usinas termelétricas (Pampa Sul e Fase C) e dentro de uma termeletricidade de ciclo combinado, a construção de mais uma unidade neste marco temporal de 25 anos.

Dessa forma que vamos fazer a tão propalada transição energética, pois de outro modo, para nós não será nada justa, bem como, desastrosa do ponto de vista social e econômico.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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