Economia

Em 2016 comprei o último carro zero quilômetro que tive, já vendi. Era um Moby, o mais simples e barato carro que havia no mercado, sem nada além do básico, estava sendo vendido por R$ 31 mil. Naquele momento eu tinha um dinheiro para pagar a vista. Peguei um prospecto, cheguei na concessionária e disse ao vendedor: – Quero este.

O vendedor olhou para mim, deve ter achado que eu poderia pagar mais, me lembrou que aquele carro por aquele preço era o básico do básico, segundo ele: – Vem no osso. Eu não sabia o que era um carro que vem no osso, mas entendi que era um carro sem nada além do básico. Perguntei: – o que vem no osso é o que vocês vendem por este preço? Ele respondeu: – É, mas isso é um pé-de-boi. Continuei: Se o que vocês vendem por este preço é um pé-de-boi que vem no osso é este que eu quero comprar. E comprei. Me entregaram, de bonzinhos, com vidros elétricos na frente e desembaçador traseiro.

Sete anos depois, dia desses, li que o Moby zero quilômetro está sendo vendido a partir de R$ 68 mil. Atualmente não vem tão básico quanto o de anos atrás, mas o preço… Fiquei pensando: – A minha remuneração mensal não aumentou nem perto deste acréscimo dos veículos o que significa que para comprar automóvel fiquei significativamente mais pobre.

O governo federal resolveu dar incentivos para quem quiser comprar veículos. Nada mais justo. A metade do valor que se paga por um veículo popular é imposto. O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, anunciou nesta quinta-feira redução de IPI e PIS/Cofins para carros até R$ 120 mil e previu que isso gerará um desconto nos preços dos veículos para os consumidores. Em entrevista coletiva após reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes do setor automotivo, Alckmin previu que o desconto irá variar de 1,5% a 10,79% a depender do preço do carro, de sua eficiência energética e densidade industrial.

Por outro lado, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), considerado uma prévia da inflação, desacelerou pelo terceiro mês seguido, para 0,51% em maio, segundo o IBGE. Em abril, o índice ficou em 0,57%. Em março, foi de 0,69%. O que aconteceu? A alta de 0,51% foi a mais branda registrada pelo IPCA-15 desde outubro de 2022. À época, houve elevação de 0,16%, segundo o IBGE. O resultado de maio de 2023 também fez a taxa acumulada em 12 meses descer ao menor patamar desde outubro de 2020, quando era de 3,52%.

Passados os primeiros meses de governo, parece que tudo anda calmo em se tratando de economia brasileira.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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