Novos tempos, velhos tempos

A eleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado da República só nos mostram que a política é “dinâmica”. O amigo de ontem poderá ser o inimigo de amanhã e o inimigo de hoje poderá ser o amigo de amanhã. Quem não observa essas coisas com naturalidade nem deveria falar de política.

Certo é que se depender da classe política, Bolsonaro será carta fora do baralho em pouco tempo. O ex-presidente, que por décadas foi um deputado “bagrinho”, aquele que “não fede nem cheira”, quando presidente tratou mal a classe política e a volta virá, não tenho dúvidas a este respeito.

Por ora, enquanto as coisas vão se acomodando, ainda nada relevante se pode dizer em relação ao governo que começa, salvo o fato de que Lula pretende voltar a fazer do Brasil um país protagonista no cenário das relações internacionais e líder na América do Sul, enquanto o presidente anterior preferia ofender chefes de Estado e o povo do país toda vez que era eleito um candidato de esquerda, que são ampla maioria na atualidade entre os presidente dos países vizinhos ou próximos deste continente.

Com um apoio que não se sabe até onde irá no Congresso Nacional, as propostas de Lula nos primeiros seis meses de mandato tendem a ser aprovadas. É sempre assim. Espero que venham bons projetos.

De minha parte, que sou servidor público federal aposentado, espero que Lula promova logo um reajuste salarial. Com um mandato inteiro sem conceder reajuste, Bolsonaro será lembrado pela história como um inimigo do servidor público a quem os partidos de direita costumam culpar pelos fracassos de suas incompetentes administrações. O fato que é que o servidor publico brasileiro ficou mais pobre nos últimos quatro anos, e não só os federais. Aliás, o empobrecimento dos servidores públicos vem na contramão de qualquer projeto de desenvolvimento do país, uma vez que os servidores são uma parte relevante daquela coisa que os políticos e os economistas gostam de chamar de “mercado”.

Quanto ao percentual de reajuste já fico naquele grupo que pensa como o folião procurando uma companhia no carnaval, e que dizia como certo compositor que procurava, “uma, qualquer uma, que dure ao menos por enquanto é carnaval”. Qualquer reajuste que vier vem bem.

Porém, ainda não observei movimentos muito relevantes neste primeiro mês de governo, salvo a invasão dos prédios mais importantes da Praça dos Três Poderes que, como ressaltei logo depois, levaram o país a um ambiente bem mais calmo e governável que estava no dia 1º de janeiro.

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