Economia prática

Na segunda metade da década de 1970, em São Paulo, capital, em uma esquina de ruas bastante movimentadas, um fato envolveu dois vendedores ambulantes e suas carrocinhas de frutas e verduras que ofereciam seus produtos ao público que por ali transitava, a “preços especiais, segundo diziam os dois vendedores.
Na verdade, os negócios iam muito mal para ambos, ninguém comprava quase nada. Carros e pedestres passavam rapidamente, sem qualquer interesse.
Porém, um daqueles comerciantes teve uma ideia. Procurou o seu concorrente que passava pelo mesmo problema, colocaram suas carrocinhas mais próximas uma da outra, e um deles aumentou um pouco o preço das suas frutas e verduras, enquanto o outro manteve os preços intactos.
Pois não é que foi tiro certo. O pessoal que por ali passava, via os preços “baixos” de um, e os altos preços do outro, e assim, comprava logo, sem pestanejar.
Quando a mercadoria a preços baixos ia terminando, o homem se reabastecia com o outro colega comerciante ali do lado. Resultou que assim, venderam tudo e dividiram os lucros.
Eis aí um exemplo de economia prática, a demonstrar que os chamados “gênios” na matéria nem sempre precisam passar pelos cursos altamente especializados.
Em tempos de economia política conturbada no mundo inteiro, decorrência dos anos de pandemia, da guerra na Ucrânia e outros tantos acontecimentos inesperados, onde vale ameaçar os fracos e até as instituições responsáveis pelo abastecimento de petróleo e alimentos, o que se observa é um total e absoluto fracasso de atitudes e medidas que possam amenizar a situação da população, com discussões sem fundamento, desprovidas de embasamento técnico responsável, desprezando as condições vividas por cada setor do comércio e do povo.
As sociedades, que são evolutivas de acordo com o instante vivido, não podem ser desconsideradas jamais, muito menos fazer de conta que estão congeladas no tempo, ou reduzidas a fórmulas de matemática estáticas.
Apesar de todas as dificuldades de se entender a economia como engrenagem de um momento da vida de uma nação ou do mundo, parece ser possível perceber que é justamente o movimento do mundo que acaba por impulsionar os agentes geradores de riqueza e nunca o contrário disto.
Pindorama ainda é um dos gigantes do mundo e faz parte de um grupo de países junto com Estados Unidos, China, Índia e Rússia, que integram a lista dos dez maiores PIBs, apesar de todos os problemas vividos no presente momento, mas é preciso que tenhamos bons condutores nesse barco que navega em uma travessia de ondas gigantes, há necessidade de líderes que direcionem suas ideias para o bem e que busquem a pacificação em vez do confronto permanente.
“Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve” – Lewis Carol.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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