Eleições 2022

Faltando pouco mais de quatro meses para as eleições é natural que continuem as movimentações visando fechar os acordos políticos. Principalmente no nível federal. Já se sabe que a chapa de Lula terá Geraldo Alckmin como vice, sendo este um excelente nome que poderia ser o presidente se o eleitor brasileiro tivesse maturidade suficiente para escolher pessoas capacitadas para o cargo. Alckmin foi vereador, prefeito, vice-governador e governador eleito quatro vezes para este cargo no maior estado do país, São Paulo.
As terceiras vias não se entendem e divididas ficam inviáveis, a cada dia com menos tempo para decolar.
Esta semana estive conversando junto à mesa de um bar onde um sobrinho tocava com três pessoas que aparentemente já votaram em Bolsonaro. Duas ligadas ao MDB bem maleáveis quanto a escolha futura e uma mais convicta de sua escolha de anos atrás. Esta, começou a falar da Petrobrás e eu logo vi que a criatura não tinha noções da composição acionária desta empresa, mas repetia dados que recebeu sabe-se lá de quem. Em outro momento começou a falar que uma ação da empresa no tempo da Dilma valia centavos, outra informação destas que aplicam por aí e as pessoas saem repetindo. Tempo de fake news, notícias falsas que vão proliferar nos próximos dias.
Lula repetirá o apelo emocional de uma velha composição, agora com nova roupagem, “sem medo de ser feliz”. Embora do ponto do ponto de vista psicológico de como esta frase chega nas pessoas eu tenha alguma restrição, uma vez que sempre reiterei escrevendo neste site que toda frase deve ser proposta como uma mensagem positiva do início ao fim, é um elemento de apelo interessante que já foi testado com relativo sucesso em momentos anteriores.
Enquanto isto o presidente ataca o STF, faz de conta que tem algum apoio para dar um golpe de estado e fala frases de efeito para tirar o foco do debate do que realmente importa, a inflação, o desastroso desempenho pessoal e do governo na pandemia, na educação, nas relações exteriores, no desmatamento, na economia e por aí vai. Mas continua em evidência, “falem mal, mas falem de mim”. Evoluiu um pouquinho nas pesquisas porque fica com a maior parte dos votos de Moro. Parece que já chegou no limite.
Escaramuça aqui, discurso ali, os dias passam e uma coisa parece que não mudará, a polarização entre os dois. De um lado Lula e uma proposta de esperança de dias melhores a ser construído com a participação do povo. De outro, Bolsonaro que até hoje não desceu do palanque para governar e que se for reeleito continuará no mesmo palanque onde está.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

Comentários do Facebook