O otimista

Há temas sobre as quais muitos já escreveram e muitos escreverão. Um deles é o otimismo. Comparando com o pessimismo.
Ser pessimista é, antes de tudo, uma perda de tempo e reflexão. Vejamos. Se o sujeito acredita que vai dar errado e dá, o que ele ganhou com a análise? Neste caso, nem se trata de pessimismo, apenas de resultado lógico.

Pessimista é aquele que analisa que vai dar errado e que até pode dar certo, se acontecer isto ou aquilo, o que, acredita, não é o mais provável. Porém, erra. Tudo dá certo. Nestes casos, o pessimista quase fica feliz. Quase sempre, ele gostaria que suas melhores análises estivessem corretas.

Percebo muitas pessoas que fazem de tudo para acreditarem que não terão sucesso em algo que pretendem que aconteça a seu favor. Contudo, todas as pessoas que os rodeiam acreditam que o que esperam acontecerá. O pessimista sofre. É um sofrimento sem lógica, mas ele sofre. E o que deveria ser momento de alegria pela vitória, nada mais acaba sendo que alívio por não ter perdido.

Muitas pessoas precisam de ajuda. Alguns dirão: de auto-ajuda. Para mim, é a mesma coisa, não há como ajudar quem não quer se ajudar. Li “O Segredo”, algumas vezes. Não vejo problema algum em querer saber como se deram bem na vida uma série de pessoas bem sucedidas.

Não leio livro de auto-ajuda disse-me mais um, dia desses. Bem que ele precisava de ajuda. Como não quer se ajudar continuará pessimista.

Também li “o Servidor”, que o editor brasileiro traduziu para “O Monge e o Executivo”. Um empresário que rogava praga aos quatro cantos em razão da situação do país que, segundo ele, não permitia que fosse bem sucedido, me questionou: é auto-ajuda? Bem que ele precisava se ajudar, fiquei pensando.

Tenho lido vários livros que ajudam a ser otimista, entre eles O Príncipe, de Maquiavel, A Arte da Guerra, Sun Tzu, A Arte da Prudência, Baltazar Gracián. Os Segredos da Mente Milionária, T. Harv Eker, também ajuda. Mas só quem quer se ajudar.
Quanto mais conhecemos, mais conseguimos diferenciar o que podemos mudar do que não tem solução.

Finalmente, diante do inevitável, dois senhores idosos conversavam. Estavam no funeral de uma amiga que, mais de nove décadas após a chegada, partira. Um pouco mais velha que eles.

O pessimista não poderia de manifestar de outra forma:
– A vida é curta.

O outro, em sua sábia e ponderada reflexão:
– É, mas faz tempo que a gente anda por aqui.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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