Provavelmente quem está lendo esta coluna já ouviu falar algumas vezes deste tal de Elon Musk. Nascido na África do Sul, é um empresário e empreendedor que surge de uma família rica. Assim, nos Estados Unidos é um imigrante rico. Como Harry, o filho do rei da Inglaterra. Imigrante rico não é visto como problema em nenhum país. Fundador, diretor executivo e diretor técnico da SpaceX; CEO da Tesla Inc.; um dos cofundadores da OpenAI, fundador e CEO da Neuralink; cofundador, presidente da SolarCity e proprietário do X (antigo Twitter). Homem mais rico do mundo na atualidade.
Musk já produziu 12 filhos (um morreu), com três mulheres. Tem tido problemas com as mulheres e os filhos. Não é um bom e exemplar de marido, nem pai, ao que consta. Não ouvi falar que, como muitos falsos moralistas brasileiros, seja um ferrenho defensor da família.
Além de ser o homem mais rico do mundo, Musk foi elevado ao cargo de principal assessor, pelo menos no que se trata de mídia, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Logo Musk, que possui negócios bilionários (muitos bilhões de dólares) com o governo dos Estados Unidos. Fico imaginando se isso acontece por aqui.
Imaginem, se vocês possuem uma imaginação fértil, o Lula colocando no governo um empresário que tem negócios bilionários com o governo brasileiro. Com toda razão, aqui algo assim seria um extraordinário escândalo. Por que não é nos Estados Unidos?
“É mais ou menos como querer dar uma opção à humanidade: Não está gostando daqui, que é o céu,
vai para Marte, que é o inferno.”
Acontece que nos Estados Unidos também é escandaloso, no resto mundo também, mas administrando como um ditador eleito pelo povo, Trump está nem aí para o que os outros pensam.
Musk, para vender bilhões, inventou essa história de colonizar Marte. Não conseguem resgatar dois astronautas que colocaram na estação espacial internacional para ficarem lá uma semana e já estão por lá faz mais de oito meses. Voltarão em breve. Não conseguem descer na lua. Mas Musk ganha muito dinheiro com essa história de colonizar Marte. É mais ou menos como querer dar uma opção à humanidade: “Não está gostando daqui, que é o céu, vai para Marte, que é o inferno”.
Musk é o homem forte na assessoria do presidente Trump. Este, como quase todos os presidentes que administram pelos extremos, vem atropelando as instituições e toda história da mais festejada democracia do mundo. Como todo ditador, ou arremedo de ditador, Trump tem seus adeptos e coleciona inimigos. Musk também.
Esta semana, a Tesla perdeu um valor expressivo. Esta empresa que fabrica carros elétricos e com estilos discutíveis, vem perdendo valor, até porque nunca valeu o que se atribui a ela no momento. A Tesla só vale o que vale porque Musk é um vendedor de ilusões. Funciona por algum tempo.
Arrogante, prepotente, Musk perde a oportunidade de ser um bom exemplo para a sociedade. Com a imprensa do mundo inteiro voltada a acompanhar os seus passos, Musk poderia contribuir muito mais seguindo o caminho do bem e da concórdia entre os humanos. Na medida em que seus projetos falham, como o do automóvel que não precisaria motorista para andar pelas ruas, será visto como mais um. Rico, porém, mais um vendedor de sonhos.