LUTA TRABALHISTA

Em campanha salarial, mineiros de Candiota debatem criação de piso da categoria

Data-base é em 1º de maio e a primeira assembleia já foi realizada

Atualmente, segundo o sindicato, há uma grande distorção salarial da CRM/Mina de Candiota e a proposta do piso pode solucionar esta questão Foto: J. André TP

O Sindicato dos Mineiros de Candiota já está mobilizando a categoria para a campanha salarial 2022-2023, que tem a data-base no próximo dia 1º de maio. A primeira assembleia foi realizada na tarde desta quinta-feira (23), quando a categoria autorizou a entidade a celebrar o Acordo Coletivo de Trabalho para o período de 1º de maio de 2022 a 30 de abril de 2023.

ACORDO VIGENTE – Vivendo a ameaça da privatização, pois o governador Eduardo Leite (PSDB) ainda não desistiu em vender a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), entretanto o negócio esbarra em interessados, os mineiros candiotenses, por outro lado, comemoram os resultados positivos da estatal nos últimos anos, além de terem um bom acordo salarial em 2021. Também, no ano passado, houve um cerco ambiental com a ameaça de não renovação da licença da Mina de Candiota por parte da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam).

Segundo o presidente do sindicato, Hermelindo Ferreira, o acordo 2021-2022 foi considerado positivo para os trabalhadores, porque foi alcançado um aumento de mais de 10% – acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em torno de 7%. “Isso é um reconhecimento aos trabalhadores que foram fundamentais nos resultados positivos de alta significância não só para o município, como para a região”, disse, lembrando o recorde de produção de energia da Usina de Candiota, que é abastecida pelo carvão mineral extraído na CRM/Mina de Candiota.

Hermelindo Ferreira preside o Sindicato dos Mineiros de Candiota Foto: Arquivo TP

NOVO ACORDO – Hermelindo exaltou o bom diálogo com a atual diretoria da CRM, que desde o final do ano passado também já vem tratando com a entidade sobre o novo acordo coletivo. Conforme o sindicalista, em 2015, após um decreto do governador José Ivo Sartori (MDB), que os avanços previstos no Plano de Cargos e Salários da categoria, de 5% a cada três anos e de 20% após uma série de critérios objetivos e subjetivos (inclusive de avaliações dos próprios colegas de trabalho), estão paralisados.

Os de 5% o sindicato reverteu na Justiça, porém os de 20% não. Segundo Hermelindo isso tem gerado distorções, como diferenças salariais grandes, inclusive de colegas do mesmo setor. “Para ser ter ideia das distorções, hoje, dos nossos 280 associados, 90 deles ganham entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil apenas. É um número muito alto de trabalhadores com salários-base muito baixos”, disse.

Hermelindo expôs, que a própria diretoria da CRM abriu a possibilidade de solução para a criação de um piso salarial para a categoria. “Se isso se concretizar e nas bases que estamos negociando, será possível equalizar, já que a direção tem se mostrado sensível”, apontou.

O sindicalista lembrou que as negociações não dependem apenas do Sindicato dos Mineiros e da diretoria da CRM, pois praticamente ela é conduzida pelo Grupo de Assessoramento Especial (GAE) do governo do Estado. Neste sentido, a entidade já pediu que o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) faça a mediação para dar mais equilíbrio e segurança ao acordo.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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