Apesar da crise brasileira, inclusive de credibilidade internacional, o projeto da implantação de uma indústria de pellets em Pinheiro Machado segue firme e forte, conforme declarou com exclusividade ao TP esta semana o empresário paulista e proprietário da Pellco – empresa responsável pelo projeto, Luiz Eduardo Batalha.
Segundo ele, o momento agora é de fortalecimento do projeto quando todos os contratos de fornecimento do produto estão sendo concluídos. Batalha explica que o seu filho Guilherme – que é o diretor-executivo da Pellco, deve viajar na semana que vem para o Japão, sendo que ele e o outro diretor da Pellco, Afonso Bertucci, embarcam para os Estados Unidos para acertar detalhes sobre contratos de venda de longo prazo, que já estão sendo alinhavados por um corretor. “Até o final de setembro espero estar com as vendas assinadas e assim poder começar os preparativos para a pedra fundamental de nossa indústria tão esperada na região. Estamos muito confiantes, apesar do momento difícil que passa nosso país. Estamos tentando se descolar deste clima ruim que insistem em prolongar”, assinalou o empresário.
INVESTIMENTO – O propósito da Pellco é produzir energia limpa e renovável, em consonância com a tendência mundial de redução de emissão de gases poluentes. A indústria – que é a maior do mundo em seu gênero -, será instalada nas proximidades da Vila Umbus, em uma área de 149 hectares, às margens da BR-293, da linha férrea e da rede de transmissão de energia elétrica.
A matéria-prima será fornecida por mais de 300 produtores, que cultivam atualmente 90 mil hectares de florestas em um raio de 60 km. O projeto prevê três linhas de produção in-dependentes. Cada uma terá capacidade para fabricar até 600 mil toneladas de pellets por ano, totalizando 1,8 milhão de toneladas/ano.
Na primeira fase, o planejamento de Batalha é utilizar 50% da capacidade da planta. A produção será transportada por 189 km em linha férrea até Rio Grande, onde será exportada pelo terminal da Bunge Alimentos. O projeto já possui licenciamento ambiental prévio (LP) expedido pela Fundação de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam).
OS PELLETS – Os pellets são produzidos a partir do processo de picagem da madeira, floculação, secagem, moagem e reconstituição com maior densidade energética em prensas. Além de possuir o dobro do poder calorífero, o pellet tem armazenagem e transporte facilitados, em função do tamanho.
O produto é utilizado para movimentar indústrias termelétricas e substituindo, especialmente na Europa, os combustíveis fósseis.
TERMELÉTRICA – Além das linhas de fabricação de pellets, o projeto prevê a construção de uma termelétrica com capacidade para produzir 50 megawatts de energia elétrica, o suficiente para movimentar a planta industrial. O excedente será comercializado e disponibilizado no Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia.