PINHEIRO MACHADO

Família circense passa pela região e deixa marcas de solidariedade

O Circo Águias do Riso deve permanecer em Pinheiro Machado até a próxima semana Foto: Divulgação TP

Quem pensa que circo só serve para proporcionar boas risadas, ainda não conhece a história do Águias do Riso. Nesta semana, a iniciativa de doar o valor adquirido durante a bilheteria de uma de suas apresentações para a família Fadel, que acabou perdendo tudo após um incêndio, chamou atenção da população pinheirense. A reportagem do Tribuna do Pampa foi conhecer a história deles e descobriu que, muito além de sorrisos e gargalhadas, eles deixam uma história de superação e solidariedade por onde passam.

O Circo Águias do Riso é de propriedade de Jovane Antônio da Silva, natural de São Sepé – município localizado a cerca de 230 quilômetros de Pinheiro Machado. Quem conversou com o jornal foi seu filho, Maicon da Silva, o palhaço Fuzarka. Segundo ele, o grupo conta com nove integrantes da mesma família, incluindo uma criança de pouco mais de um ano de idade. Recentemente, também estiveram em Candiota e Hulha Negra.

A AÇÃO – Questionado sobre a ação solidária e se havia algum vínculo com a família afetada pelo sinistro no último domingo (12), Maicon contou que se trata de uma prática constante por onde passam. “Em todas as cidades que a gente passa fazemos algum espetáculo social para Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), asilos, CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), hospitais e também para pessoas que estão passando por alguma dificuldade. Em Herval, a renda de três espetáculos foi entregue para pessoas que estavam lidando com alguma doença”, revelou. Ainda segundo ele, ajuda é algo que vem e vai na mesma medida. “Não conhecemos essa família que perdeu tudo, mas não é preciso. Sempre ajudamos quem precisa, pois graças a Deus também somos ajudados”, disse.

DIFICULDADES – Na oportunidade, Maicon lembrou dos dois anos parados em razão da pandemia e do retorno recente – há apenas 60 dias. Foram 24 meses morando no interior de Pedras Altas, na localidade São Diogo, e além de todos os impactos da crise sanitária, ainda enfrentaram um grande desafio com o irmão cadeirante. “Nesse tempo, há um ano, meu irmão esteve hospitalizado no Pronto Socorro de Pelotas e contraiu Covid-19. Depois veio para a ala de Pinheiro Machado onde ficou por 21 dias e ainda mais 20 dias no quarto. Fomos super bem tratados por todos – a médica Luciana Balinhas, enfermeiras, técnicas, pessoal da cozinha, limpeza, portaria e pela diretora do hospital, dona Everaldina Santos”, disse.

Ainda segundo ele, não era diante de uma tragédia que pensaram em retribuir toda essa assistência, carinho e atenção recebida aqui, mas entende que esse tipo de coisa não dá para escolher. “Quis o destino que fosse dessa forma. Nosso maior pagamento é conseguir levar alegria para as pessoas, principalmente para as crianças”, finalizou.

PRESTIGIE – Conforme repassado para a reportagem, o circo deve permanecer em Pinheiro Machado apenas até a próxima semana. Os espetáculos acontecem de segunda a sexta-feira, a partir das 20h; e sábado e domingo, às 16h e às 20h, próximo à Arena Soccer. Entre as atrações, trapézio, palhaços, malabaristas e até um táxi maluco para dar boas gargalhadas. Crianças até 5 anos de idade não pagam ingresso.

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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