Na quinta-feira (25), foi comemorado em todo o Brasil o dia do colono e o dia do motorista, duas importantes e fundamentais profissões. O dia do colono é uma data de celebração para todos que há gerações plantam alimentos que vão chegar a mesa das pessoas e gerar o sustento de inúmeras famílias. O dia do motorista é comemorado no Dia de São Cristóvão, santo católico considerado padroeiro dos motoristas no Brasil. A data presta homenagem àqueles que vivem pelas ruas, estradas e rodovias, transportando passageiros, insumos originários do campo ou para geração de energia e desenvolvimento, pacientes para consultas na área da saúde, ou até mesmo atuam de forma ágil em prol de uma vida. Outra data que é importante lembrar é o dia do agricultor, celebrada em 28 de julho, próximo domingo, criada em razão de ter sido nesse dia, em 1960, a fundação do Ministério da Agricultura, no mandato de Juscelino Kubitschek.
Para marcar a data, o Tribuna do Pampa traz a história de produtores e motoristas que, diariamente, dão suas contribuições nas duas áreas. Confira a seguir:
Aquele que habita uma colônia, que emigra para povoar ou explorar uma terra estranha. Esta é a definição básica de colono, que tem data comemorativa em 25 de julho. Em razão disso, o TP traz a história de Odair Antônio Trentin, 45 anos, residente no assentamento Nova União, em Hulha Negra, como forma de homenagem à família e a todas as outras em comemoração a data. Atualmente, ele reside com a esposa Gessica, as filhas Maria Antônia e Camila, e a enteada Maria Eduarda. O trabalho no campo é junto aos pais Mário Antônio Trentin e Etemina Terezinha Trombetta Trentin e o irmão Marcos Rogério Trentin.
Natural de Espumoso, ele se mudou com a família para o interior de Hulha Negra em 1989 para o Nova União, primeiro assentamento formado na região. Ao jornal, Odair contou que a família sempre trabalhou no campo e após se mudarem para a região começaram a plantar por meio de um acordo com um fazendeiro. Odair contou que o início da família no local foi bastante difícil. “No começo se plantou milho e feijão. Mais adiante, meu pai começou a trabalhar com leite, gado leiteiro. A dificuldade era grande, no começo se carregava o leite dentro do tarro nas costas pela estrada. Depois se começou a carregar no cavalo e então carroça de boi. Mais tarde trabalhamos com sementes de cenoura, cebola e coentro. Foi evoluindo, se conseguiu comprar um trator, melhorando o serviço que era antes de forma braçal e conjuntas de boi”.
Ele conta que residiu fora por um período e após se formar em Técnico em Segurança no Trabalho, retornou para ajudar a família na lavoura. “Eu particularmente tive um período fora, porque é aquela coisa, como hoje a gente quer que nossos filhos tenham uma formação, uma vida melhor, também eram nossos pais naquela época também. Mas depois, pela idade avançada do meu pai e meu irmão estar tocando a lavoura sozinho, retornei e trabalhamos juntos até hoje”, relatou Odair, que contou também que há mais de 10 anos a família se dedicou ao plantio de soja, além de outras culturas para consumo dos animais, consumo próprio como mandioca, feijão, melancia e melão, criações de porco e galinha também como alimento familiar.
Questionado sobre as principais dificuldades enfrentadas pela família, Odair fala em preconceito e falta de infraestrutura. “Primeiro que era muito mal visto, achavam que éramos vagabundos. Hoje em dia é muito diferente apesar de ter dificuldades, pois todo mundo vê o desenvolvimento que teve a região a partir dos assentamentos que vieram para cá. Então, são mais pessoas, o comércio vai crescendo e tudo vai girar em torno disso. Não se tinha nada registrado, não se tinha energia elétrica”.
Por fim, o jornal pediu a Odair para falar o que representa ser colono, produtor. Ele afirmou se comparar com um médico que salvou a vida de uma pessoa. “Que felicidade deve ser salvar alguém. E pra nós que produzimos alimento é uma felicidade poder ver tantas pessoas sendo alimentadas com o fruto do nosso trabalho apesar de não estarmos sendo muito valorizados e vivermos em uma região complicada em razão do clima. Mas saber que tu conseguiu, plantou, produziu e colheu, é uma satisfação muito grande”, destacou o produtor.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*