EDUCAÇÃO AMEAÇADA

“Ficamos chateados em ouvir que fazemos balbúrdia”, diz diretora do IFSul Bagé

 

Giulia Vieira é a diretora-geral do campus Bagé do IFSul Foto: J. André TP

Localizado geograficamente numa área de vulnerabili­dade social em Bagé, o campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-gandense (IFSul) tem ajudado desde que foi criado em 2008, não só a transformar a realidade daquela região da cidade, mas também de toda a região.

Atualmente com 576 alunos de todas as cidades da região, o IFSul Bagé possui dois cursos de ensino médio – Agropecuária e Informática, e três de ensino superior – Enge­nharia Agronômica, Tecnologia em Alimentos e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Na tarde da última quarta-feira (7), a diretora-geral do campus, Giulia D´Ávila Vieira, recebeu a reportagem do TP para falar da medida do governo federal em reter recursos do orçamento da instituição, sendo que dos R$ 2,2 milhões previstos para 2019, cerca de R$ 800 mil estão contingenciados. “Esse é nosso recurso de custeio, ou seja, para os serviços básicos de manutenção. Sem ele não temos como manter as portas abertas. Não é terrorismo ou sensacionalismo dizermos que teremos que parar em setembro se a medida se mantiver”, evidencia.

Além disso, a manutenção do corte vai atingir bolsas de estudos, bolsas remuneradas de alunos carentes e projetos de extensão que dependem de visitas e incursões externas ao campus. “Tudo isso vai parar”, enfatiza.

A diretora conta que desde 2017 os cortes já vêm acontecendo, avaliando que não tem mais como apertar. “Só com uma reversão nessa medida, para podermos chegar até o fim do ano, porque sem energia, água e limpeza não tem como recebermos os alunos”, projeta e espera.

Fazendo um apanhado sobre o trabalho que o IF­Sul realizou e realiza no contexto educacional da região, especialmente no processo de promover a ascensão social das comunidades, proporcionando acesso à educação e ao mercado de trabalho à juventude, a diretora se entristece ao ver mentiras ditas sobre essas instituições. “Quando vemos comentários de que aqui fazemos balbúrdia e de que agora vai acabar a mamata, isso muito nos chateia. Quando forem criticar, que por favor antes venham conhecer nosso trabalho que tem a educação como bandeira e vejam quantas pessoas nós beneficiamos”, assinala.

 

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