Fernando Campani foi o segundo prefeito de Hulha Negra Foto: Divulgação TP
De 1997 a 2000, Fernando Campani esteve à frente do Executivo de Hulha Negra ao lado do vice, Renato Silveira. Em entrevista ao Tribuna do Pampa para falar sobre o avanço do município e o período como gestor municipal, o ex-prefeito fez questão de frisar que “a mão que cumprimentava o rico era a mesma que cumprimentava o pobre, porém o olhar das lideranças eleitas em outubro de 1996 estava comprometido com a população humilde do campo e da cidade e com um município que precisava se emancipar economicamente”.
O ASFALTO – Conforme lembra o ex-prefeito, logo nos primeiros dias de governo o município recebeu uma atenção especial na infraestrutura. “Muitas pessoas ainda lembram que o acesso da cidade em dias de chuva ficava comprometido pela ponte de ferro que era coberta pelas águas do Rio Negro e a atual ponte de alvenaria estava apenas construída sem acesso. Conseguimos as obras de complementação das pontes de acesso à cidade e a do Passo do Neto, assim como os primeiros metros de asfalto que deram origem ao acesso asfáltico até o centro da cidade”.
Campani também lembrou da inauguração da estrada alternativa, liogando Salvador Jardim e Nova Esperança.
ORÇAMENTO – “Uma experiência exitosa e evoluída instalada em Hulha Negra foi o Orçamento Participativo, permitindo que a população entendesse o orçamento público e pudesse decidir o destino dos investimentos”, relembrou o ex-gestor.
PAMPEANO – Campani frisou que a administração sempre foi parceira do frigorífico Pampeano, hoje Marfrig, por entender a importância econômica e social da empresa, geradora de receita fiscal e de muitos empregos. “Busquei aliados para viabilizar melhores condições para o enfrentamento dos custos fiscais da indústria. Fomos parceiros em dois grandes programas, a priorização de contratação da mão-de-obra de Hulha e Negra e o Tomate e Cebola”.
ATENDIMENTO BANCÁRIO – Em 1997 teve início o processo para levar até o município uma agência ou posto de atendimento bancário. “Encontramos nos dirigentes do Sicredi de Bagé os verdadeiros parceiros que precisávamos. Inauguramos o primeiro atendimento bancário no município. Muitos aposentados começaram a receber seus proventos na cidade, agricultores realizaram as primeiras operações de crédito e os empresários fazendo os seus depósitos sem precisar se deslocar para Bagé”, disse Campani.
PROJETO JAFUMA – A administração em 1998 apresentou uma proposta inovadora para auxiliar o Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária (Incra) nos projetos de Assentamentos da Reforma Agrária. “Foram realizados os primeiros projetos de planejamento racional de divisão de áreas para reforma agrária nos assentamentos Jaguarão, Fundo e Madrugada”.
MERENDA ESCOLAR – Fernando Campani recorda que a compra de produtos da agricultura familiar evoluiu para a criação da marca Da Hulha, uma espécie de selo de qualidade que foi, inclusive, ordenado em lei municipal e, com o tempo ganhou uma Central de Comercialização na entrada da cidade.
HABITAÇÃO POPULAR – “Com o apoio do governo Olívio Dutra conseguimos instalar o primeiro núcleo de habitação popular. Isso foi graças ao brilhantismo de todos os servidores municipais, em especial o da Assistência Social, e o apoio dos vereadores de todas as bancadas”, destacou.
2º GRAU – “Construímos uma força tarefa ao lado do diretor Paulo Cézar e a comunidade escolar para cobrar do Estado os investimentos necessários para instalar e ampliar a escola Manoel Lucas e se habilitar para receber o ensino médio.”, recordou o ex-prefeito.
ESGOTO – Campani lembra que se iniciou as obras de instalação dos primeiros metros de rede coletora de esgoto e da Bacia de Estabilização dos Efluentes para mitigar o impacto poluidor dos despejos do esgoto no Rio Negro.
ALUNO-CIDADÃO – Uma experiência que ganhou notoriedade na região foi o Aluno cidadão, um projeto que permitiu que muitos jovens pudessem estudar na Universidade da Região da Campanha (URCAMP) e frequentar atividades complementares no município.
SAÚDE – Oficialmente implantado pelo governo o então Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) teve início em algumas regiões da cidade e tinha como objetivo maior a busca por alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades. Em 1998 foi adquirida a primeira Unidade Móvel de Saúde. Decidido pelo Orçamento Participativo, a construção dos Postos de Saúde nas localidades da Nova União e Salvador Jardim ampliou o atendimento.
Campani deixa uma mensagem à população em nome de toda administração da época. “Parabenizamos, sem olhar a sigla partidária, todas as lideranças que contribuíram para a construção da cidade de Hulha Negra. Prefeitos, vereadores, secretários, servidores municipais e todas as lideranças políticas que conduziram o rumo da cidade. Parabenizamos os empresários e as empresárias, do campo e da cidade, que promovem a riqueza e o trabalho, aos agricultores e as agricultoras que produzem a maior riqueza do território da cidade, assim como todas as iniciativas que contribuem e contribuíram para manter a paz entre as pessoas. Parabenizamos ao povo trabalhador que faz a cidade acordar cedo e dormir em harmonia, todas as formas de Fé que buscam em Deus as bênçãos necessárias para cuidar de todas as formas de vida que sustentam a cidade de Hulha Negra”.
* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso
