ESPECIAL DIA DO TRABALHADOR

Jornalismo é trabalho essencial em tempos de pandemia

No Dia do Trabalhador, os governos de todas as esferas atestaram em decretos a importância e essencialidade do jornalismo durante esta situação de pandemia que estamos atravessando. Como forma de reconhecimento deste trabalho e ao Dia do Trabalhador, o jornal Tribuna do Pampa apresenta um pequeno perfil das suas profissionais do jornalismo, que não pararam durante este período, levando informação em tempo real a toda a região.

Ser jornalista é sonho de criança

Jornalista conta que precisou se adaptar para o desafio de trabalhar de casa Foto: Lívia Grigoletto/Especial TP

Natural de Dom Pedrito, Silvana Antunes, 34 anos, se formou em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, pela Universidade da Região da Campanha (Urcamp), em janeiro de 2010. Com pouco mais de 10 anos de profissão, sua experiência profissional é no jornalismo impresso, sendo o TP a quarta empresa em que atua, quando em março deste ano completou três anos na equipe do jornal.

DECISÃO PELA PROFISSÃO – Segundo ela, o jornalismo era seu objetivo desde criança, época em que começou a se interessar pelos noticiários de televisão. “Enquanto olhava, principalmente, o trabalho dos apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes, da época, pensava que também queria ser como eles, levar a informação para as pessoas”, pontua.

Após cursar o Ensino Médio veio o período do vestibular e contrariando o pai, que queria a filha advogada, ela optou pela sua vocação que lhe acompanhou desde a infância: ser jornalista. “Confesso já ter pensado em alguma outra carreira, como a policial, mas mesmo assim seria na área de comunicação”, assinala.

HOME OFFICE – “A cada dia um desafio e um aprendizado”. Com esta frase, a jornalista descreveu sobre a experiência profissional durante a atuação no período da pandemia, que modificou a forma de trabalho, trazendo restrições e muitos desafios. “Logo no início, confesso que não foi fácil. A rotina acertada e o trabalho presencial deram lugar ao teletrabalho. As reuniões de pauta na redação deram lugar a videochamadas e atuações mais constantes no grupo de Whatsapp. A minha mesa na sala de redação do jornal foi substituída pela penteadeira no quarto ou sala de casa – sim, pois também precisei me adaptar a rotina e espaços de quem também mora comigo, como meu esposo, que passou a ser meu auxiliar e companheiro de chimarrão, além de preparador oficial de lanches, enquanto eu tentava acompanhar o que acontecia na região. Por fim, o uniforme do jornal ficou no cabide enquanto fazia entrevistas por telefone usando shorts e chinelos de dedos”, detalha.
Por outro lado, enfatiza que foram momentos mais difíceis, mas ao mesmo tempo de que é possível encarar as mudanças e melhorar como pessoa. “Essa experiência certamente ficará marcada em minha carreira. Fica a certeza do esforço e do dever cumprido. Afinal, além de jornalista, sou humana e muito família”, explica.

“Sempre vai ter alguém do outro lado para ler”

Gislene classifica o desafio atual com uma das melhores experiências profissionais que está tendo Foto: Arquivo Pessoal

Nascida há 27 anos em Pedras Altas (na época ainda pertencia a Pinheiro Machado), Gislene Farion é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) há apenas dois anos (abril de 2018), e também já é pós-graduada em revisão prática de textos. Dois meses após se formar começou sua atuação no Tribuna do Pampa. Antes disso havia estagiado na assessoria de comunicação do Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul), de Pelotas.

DECISÃO PELA PROFISSÃO – Sua paixão pela leitura e escrita nasce ainda na infância. “Meus primeiros escritos foram bilhetes colados na porta da geladeira para manter a comunicação com a minha mãe – que dava aula todos os dias em outra cidade e chegava em casa bem tarde, quando eu e meu irmão já estávamos dormindo. Durante alguns anos foi assim e só nos víamos no final de semana. Eu escrevia à noite e sabia que na manhã seguinte teria uma resposta para ser lida. Talvez foi aí, com uns 7 ou 8 anos, que comecei a praticar o que faço hoje na vida profissional”, conta.
Conforme Gislene, existem pessoas que costumam dizer que não sabem se escolheram o jornalismo ou se o jornalismo escolheu elas. “No meu caso, durante muitos anos (mesmo), eu o escolhi. Fiz diversas provas do Enem e de vestibulares tradicionais até conseguir passar e em todas essas vezes eu estive lá optando pelo mesmo curso. Às vezes, principalmente quando é um sufoco conseguir a pauta ou entregar as matérias para finalizar o jornal a tempo, me questiono se não era um sinal divino para eu pensar melhor. Até que vez ou outra recebo feedbacks dizendo que tem amor no que eu escrevo e que as pessoas sentem isso enquanto estão lendo – aí parece que tudo faz sentido”, destaca.
Para ela, se tivesse que citar uma única experiência vivida em seu trabalho seria a da troca. “Ela acontece toda hora, todo dia, em todo material que escrevo. Porque no jornalismo, por mais independente que uma pessoa seja na vida, ela não faz nada sozinha. Das tantas áreas de atuação que a comunicação possibilita, toda vez vou continuar escolhendo escrever. Porque sigo convicta que tem alguém aí do outro lado para ler – igual quando comecei com os bilhetes na porta da geladeira”, compara.

HOME OFICCE – Para a jornalista, o trabalho em casa tem sido uma das melhores experiências que teve e ela brinca que igual não foram muitas. “Vejo que é possível sim, desde que se possa contar com a tecnologia, continuar fazendo jornalismo de qualquer lugar – com a mesma dedicação e seriedade com a qual atuamos dentro da redação. Apesar das enxurradas de informações, das fakenews e de todos os obstáculos que surgem no caminho, sinto que isso também vem para nos transformar em profissionais mais atentos, mais engajados e mais protagonistas tanto no nosso meio de atuação como da nossa própria vida”, explica.

Comentários do Facebook