INCLUSÃO

Mães de Candiota e Pedras Altas falam sobre a convivência com o autismo

O último dia 2 de abril foi marcado pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em Candiota e Pedras Altas, conversamos com algumas mães que falaram sobre a experiência e a rotina com seus filhos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Mesmo atualmente, ainda há falta de conhecimento sobre pessoas com TEA na sociedade. De acordo com informações do site Autismo e Realidade, o transtorno reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou no começo da infância. Sendo assim, algumas pessoas podem apresentar déficit na comunicação ou na interação social, e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, por exemplo.

A lei Romeu Mion foi sancionada em 2020, e criou a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). Segundo informações do site Senado Notícias, a criação da CIPTEA deve assegurar aos portadores atenção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

Os medos e desafios- Ariel Maciel Monteiro 

A Ariel Maciel Monteiro foi diagnosticada com três anos de idade. A mãe Lilian Maciel recordou de quando começaram a notar algumas diferenças na filha. “Com um ano e dois meses percebemos que ela mostrava diferenças entre as crianças da mesma faixa de idade dela, como não manter nenhum contato visual conosco, não falava nem balbuciava nenhum tipo de palavra, não gostava de muito contato como beijos, abraços e toque na pele”, relembrou, e afirmou que após uma conversa com o pediatra, o casal buscou um neuropediatra que pediu exames e acompanhamento multidisciplinar.

Ariel tem autismo nível um de suporte, e faz acompanhamento no CRA. Além disso, a pequena já frequenta o maternal da escolinha Gente Feliz do bairro Seival, onde reside. “Respeitamos sempre o tempo dela, e com muito amor e paciência vamos dando um passinho de cada vez. Estamos progredindo”, afirmou.

Ao falar sobre o maior desafio encarado, Lilian destacou que é fazer as terapias como devem ser. “Candiota ainda não dispõe dos profissionais de saúde que as famílias com crianças atípicas precisam para progredir nos seus tratamentos. Uma simples viagem para fora da cidade pode desencadear crises de choro, ansiedade, crises sensoriais, entre outras”, informou.

A mãe também elencou o medo de como a filha é tratada na sociedade como um desafio. “Ver um filho sendo rejeitado, menosprezado, isolado dos demais por ser especial é algo que por muitas vezes tira o nosso sono. É duro admitir, mas sabemos que infelizmente teremos que passar em algum momento das nossas vidas por isso”, finalizou.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook