Marketing político… nada convencional

O título da coluna expressa o título de uma obra muito instigante que recebi aqui no escritório. Trata-se, a esse respeito, do livro “Marketing político nada convencional” (editora Nexus), de autoria de Andreoni Camargo, publicitário e marqueteiro político e eleitoral de mão cheia. Andreoni, algo que podemos tranquilamente afiançar, trabalhou em muitas campanhas eleitorais bem-sucedidas, tendo, a partir daí, não apenas exercido a empreitada na trincheira, como costumo dizer, mas no desenvolvimento de estudos acadêmicos tendentes ao aprimoramento das práticas.

O livro, como consta em sua introdução, é fruto desse trabalho do autor, trazendo estratégias inovadoras e criativas que ajudarão candidatos (as) a construírem uma imagem forte e convincente, conquistando o eleitorado de forma eficaz e impactante. Somente por aí o livro já teria o seu lugar de destaque, afinal, eleições são vencidas com votos. E os votos precisam ser obtidos junto ao eleitorado, assim o sendo mediante energia, atitude, convencimento. Mas não, a obra vai além.

E o que é o marketing político nada convencional? Segundo o autor, é possível ir além das práticas convencionais, explorando novas abordagens e aproveitando as tecnologias emergentes para construir uma campanha eleitoral de sucesso. Pois a construção literária que é objeto da coluna de hoje se insere exatamente aí – ao longo do livro os leitores encontrarão conceitos teóricos e práticos para a construção de uma estratégia de marketing político que seja autêntica, envolvente e impactante.

A ideia, evidentemente, não surge do vácuo. Mas da experiência e da mente, observado o mundo da vida que envolve o autor. Com exemplos reais de campanhas políticas de êxito e técnicas comprovadas de psicologia, branding, narrativa e tecnologia, o leitor poderá criar uma campanha que ressoe com eleitores, construa uma imagem contundente e conquiste a confiança do eleitorado.

Preciso abrir um parêntese aqui: a obra, com a qual fui presenteado gentilmente pelo próprio autor, conta com prefácio redigido pelo Delegado KIQ, Prefeito do Município Paranavaí-PR, terra natal do autor e, inclusive, do meu sócio de escritório, Anderson Alarcon. Segundo o Prefeito o conhecimento e o planejamento, que, para ele, no que eu concordo plenamente, não deve começar só no ano de campanha, “pode multiplicar […] as chances de eleição, independentemente da experiência anterior, desde que […] se utilizem as melhores ferramentas”. Ainda de acordo com o Chefe do Executivo do querido município paranaense, o livro possui todo conteúdo necessário para uma campanha de sucesso”. O livro traz as ferramentas. Basta executá-las com trabalho duro e sapiência.

E por que o marketing político nada convencional é necessário? O autor responde à pergunta já no primeiro capítulo, a saber: “as campanhas políticas modernas enfrentam muitos desafios, incluindo a saturação do mercado e a fragmentação do eleitorado. Além disso, a confiança dos eleitores em políticos ou partidos políticos está em declínio em muitos países”. É verdade. No campo do Direito ou da Ciência Política chamaríamos isso de “crise de representatividade”. Assim sendo, o marketing político nada convencional, na esteira das lições de Andreoni, viria à tona para ajudar a superar esses desafios, criando campanhas que se concentram na missão de construir uma conexão autêntica com o eleitorado.

Daí, portanto, que o livro, uma bela iniciativa, digo eu, é uma fonte muito útil para qualquer pessoa que estiver agora envolvida em campanhas eleitorais país afora, trazendo consigo um conteúdo muito denso, que lida com a psicologia que milita num processo eleitoral, com o papel da mídia nesse intento e com o impacto das redes sociais, mas não apenas, vai muito adiante, trazendo conceitos novos, como as campanhas integradas, até a possibilidade de uso de uma infinidade de ferramentas, que não se limitam aos impulsionamentos de conteúdo, mas adentram técnicas ainda mais avançadas, que estarão presentes não apenas no Brasil, mas em outros pleitos, como as eleições dos EUA, que se dão neste mesmo ano. Parabéns ao autor. Ao meu leitor, no fim das contas, indico a leitura da obra. E com louvor!

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

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