LUTA REGIONAL

Mobilização busca alertar para problemas econômicos e sociais com possível fechamento da Usina de Candiota

Consequências do PDV também serão expostas durante o ato

Um pronunciamento do presidente da Eletrobras está previsto para o dia 12 de julho Foto: Divulgação TP

A manhã da próxima segunda-feira (26) será voltada a defesa do carvão mineral e ao funcionamento da Fase C da Usina de Candiota. Um ato está previsto para acontecer no estacionamento da Usina, a partir das 11h.
O movimento é promovido pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e Intersul, o qual o Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Senergisul) faz parte, com o apoio do Sindicato dos Mineiros, Sindicato dos Municipários de Candiota (Simca), Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental dos Municípios da Bacia do Rio Jaguarão (Cideja) e Câmara de Vereadores e Vereadoras de Candiota.
No município, o ato está sendo organizado pela diretora do Senergisul, Cristina Gonzales, que mostra muita preocupação com o futuro de Candiota e região. “O presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, quer fazer a descarbonização, marcar a data para que a Eletrobras tenha apenas energias renováveis e zero carbono. Como ele não conseguiu vender a Usina de Candiota, ele anunciou um pronunciamento para o dia 12 de julho, com data de fechamento. Isso vai gerar um grande impacto para a região e queremos acordar a sociedade, chamar para este momento, onde precisamos de apoio para que todos vejam o que vai acontecer na região, até por isso a peregrinação que fiz nas Câmaras para explicar a situação e fazer esse chamamento”, afirmou.
IMPACTOS – A diretora do Senergisul fez um relato sobre os impactos sociais caso ocorra um fechamento da Fase C da Usina de Candiota, começando por relato da entrada em operação, em 2011 pelo presidente Lula e Dilma Rousseff como ministra de Minas e Energia, ocasionando o fomento de empregos na região pela contratação de mão de obra nas cidades vizinhas de Bagé, Pedras Altas, Pinheiro Machado, Aceguá e Hulha Negra.
Segundo a sindicalista, o presidente da Eletrobras “pretende, ao desativar as termoelétricas, que sejam reduzidas às emissões de carbono. É de conhecimento de todos, à necessidade da descarbonização, apenas pede-se um prazo para readequação do sistema e capacitação dos trabalhadores para que esse projeto de pesquisa do syngas – gás sintético, seja concluído”, explanou.
Cristina explicou que o aquecimento do carvão mineral seria uma comprovação de que se pode continuar a produzir energia. “Nessa pesquisa de obtenção do Syngas, o CO2 liberado poderá ser utilizado na fabricação da ureia, e posteriormente na produção de fertilizantes, e o metanol poderá ser utilizado como combustível, evitando importação dos produtos e evasão de divisas. Testes estão sendo desenvolvidos na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus Bagé, no laboratório de Carboquímica sob comando dos professores Ana Rosa e Jocemar, e coordenação do professor Bicca”, relatou Cristina, relembrando que a prioridade é a vida econômica dos trabalhadores e toda comunidade, através de uma energia firme e constante ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Por fim, ela destaca acreditar que exista uma condição inusitada na geração de empregos e renda no contexto de uma transição energética justa, beneficiando o desenvolvimento e fazendo valer a Constituição Federal de 1988, na perspectiva de construção de uma sociedade de direitos ambientalmente justa e sustentável. “É necessário encontrar formas mais sustentáveis para evitar impacto nas gerações futuras, mas sem descuidar da necessidade de preservar a dignidade de um povo, que possa alimentar sua família, ter um teto para proteger a si e sua família das intempéries da natureza. Descarbonização sim, mas com o ambiental andando lado a lado com o social”, concluiu Cristina.
ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook