No país das fake news

Não sei se existe algum país no mundo onde proliferem mais fake news que no Brasil (fake news: notícias falsas). As chamadas “redes sociais” são o paraíso das fake news.

Sinto-me bem por estar longe das redes sociais. O mais renomado
ator brasileiro da atualidade, Antônio Fagundes, não participa deste universo. O famoso ator George Clooney também não. Um dos
mais vendidos escritores da atualidade, Yuval Noah Harari, também não. Foi este que falou, dia desses: – quem usa muito celular certamente tem patrão.

O patrão nem sempre é o chefe convencional. Para muitos, são os amigos virtuais a quem a pessoa acredita que deve satisfação. Às vezes, são as autoridades que passam o dia todo a serviço de qualquer um que, a qualquer momento, queira exigir
um direito. Chefes…

Melhor ficar desconectado, dizia Antônio Fagundes, “quem me encontra é quem realmente gosta de me encontrar”.

A maioria do povo gosta de fake news. Quem não gosta de uma fofoca? Quem não gosta de dar risada de uma bobagem?

Certamente, tem um que outro que não gosta.

No país das fake news, tornou-se muito mais importante do que sempre foi o jornalismo convencional. Todos os jornalistas falam que fazem jornalismo sério. Não é bem assim. Na opinião dos outros, poucos jornalistas são sérios, a não ser quando falam ou escrevem as coisas que as pessoas gostam de ouvir ou ler.

Quem lê esta coluna sabe que eu sou de esquerda. Ser de esquerda significa, em sentido amplo, estar ao lado da maioria. Entre os grandes produtores de soja, que são o maior problema deste Estado hoje, e os pequenos produtores de leite, estarei sempre ao lado dos pequenos produtores de leite. Entre os grandes empresários do país (os maiores quase todos moram no exterior) e os brasileiros, pobres, sem cultura, sem formação técnica, sem emprego e velhos, estarei, podendo, ao lado destes últimos. Quem vai dar emprego estes?

Como viverão senão de assistência social uma vez que, mesmo que se aposentem, ganharão no máximo um salário mínimo?

Porém, me chama a atenção que as grandes redes de imprensa saíram do patamar de razoabilidade. Quando não são escandalosamente de direita, são de esquerda. E tem até a rede Globo que “morde e assopra” a direita e morde a esquerda,
quase sempre.

No meio desta confusão fica o povo, com um jornalismo em rede nacional do pior nível da história do Brasil. Ainda bem que a Tribuna do Pampa mantém o compromisso com o desenvolvimento regional, mostrando as pequenas e grandes conquistas do povo da região.

Dos grandes produtores de soja, que são a versão moderna dos coronéis do ciclo da cana de açúcar no nordeste ou dos barões do café de São Paulo, tratarei em breve.

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