No radar: 2022

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*Marco Antônio Ballejo Canto

No último domingo, as eleições no Brasil apre­sentaram resultados es­perados. Após a ampla radicalização de 2018, um ambiente racional emba­lou a movimentação dos eleitores que optaram por candidatos moderados, em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, entre outras cidades, com algumas pou­cas exceções.

Chamou a atenção a abstenção, o número de pessoas que não foram vo­tar, sinal de descaso com a decisão, de ausência de comprometimento do indivíduo com o coletivo, de descrédito da classe política. Sinal de pessoas que não acreditando em si mesmas também não acreditam na classe política.

Se o objetivo de tantos que não foram votar, ou votaram em branco ou anularam o voto, é mostrar insa­tisfação, o contrário, ir votar é mostrar que exige compro­metimento do eleito. A maiorias das pessoas que não se mostram interessadas em política são as que não veem a possibilidade de obter vantagem imediata com os que estão sendo eleitos.

A princípio, o povo não é melhor que os políticos que elege. Se analisarmos bem, são eleitos os que o povo acredita serem os que se destacam entre os do povo. Dizer que não tem nada com isso porque nem mesmo foi votar significa apenas que este eleitor é uma pessoa alienada.

Não faz muito tempo, em 2014, quando Dilma e Aécio disputaram a presidência, muitos eleitores dos estados do sul do Brasil colocaram a culpa da derrota de Aécio nos nordestinos que votaram em massa na Dilma.A ampla abstenção ocorrida nos estados do sul viabilizou a vitória de Dilma. Alguns dirão que aabstenção nos estados do sul foi igual a abstenção nos estados do nordeste. Foi. Mas os eleitores do sul, que se acham mais cultos e produtivos, deveriam ter ido votar em percentual muito maior que os nordestinos.

Em 2022, haverá eleições para presidente, go­vernador, senador, deputado estadual e federal. É bom começar a pensar no assunto desde agora.

No momento, o tema é a vacinação. Enquanto o mundo começa a vacinar, o Brasil continua sem rumo, com governadores e prefeitos tentando encontrar alguns caminhos enquanto no governo federal o presidente con­tinua a fazer piadas sobre o assunto, dizendo que não vai se vacinar ou que não é responsável pelos efeitos colaterais das vacinas.

Sem grande parte do apoio popular que já teve, com as forças armadas se afastando a cada dia de forma mais evidente, sem o apoio do presidente dos Estados Unidos e com a mesma classe política que nunca teve simpatia por ele, o presidente corre o risco de impeachment ou de levar o governo de arrasto até o final.

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