O tempo não para

Depois de ter observado, na semana passada, o que se passa nas redes sociais, esta semana procurei ficar longe de esticar o olhar para as mesmas. As redes sociais constituem uma ambiente onde, imagino eu, as pessoas que circulam por lá correm um sério risco de se tornarem depressivas. Ser agressivo é normal. Como o tratamento não é barato, melhor eu ficar de longe olhando de revesgueio.
Para quem fica se engalfinhando em discussões inúteis (ninguém muda o voto do adversário), qualquer que seja o resultado, melhor ficar com uma frase em evidência: – aceita que dói menos. Antes de tudo, a decisão popular pode não ser a mais sábia, e muitas vezes a história registra que não foi, mas o povo que coloca é o mesmo que tira. Cabe a cada um, que queira evoluir, analisar porque ganhou ou perdeu.
A região manteve os três deputados, Afonso Hamm, Mainardi e Lara, o que é bom e pode ser comemorado, uma vez que nos mostra que somos capazes de projetar políticos regionais para um cenário mais amplo. Porém, faz mais de vinte anos que não surge um nome novo. Lara, o mais jovem, está chegando aos cinqüenta e os outros dois estão perto dos sessenta.
Em breve, voltaremos às rotinas, após mais um conturbado momento eleitoral onde os problemas nacionais e estaduais foram abordados apenas na periferia. Promessas e cuidadas palavras para esconder a realidade do que virá. Debater o país ou o estado não é o mais importante, até porque atualmente expressar opinião significa “falar para os que pensam como eu”.
x.x.x.x.x
Meu pai estava lá pelos sessenta anos quando ganhou um livro onde o título dizia: – A vida sexual após os 60. No interior, páginas em branco. Eram outros tempos. Hoje, quem completa seis décadas pode estar em boa forma. Dizia o personagem Radicci, criado por Carlos Henrique Iotti, vendendo carro usado: – Este carro é como io (eu, em italiano), com larga quilometragem, porém em estado de novo.
Dia desses, estava mostrando fotos da minha filha e dizendo que agora (cheguei aos 60) ando por aí desfilando a minha genética.
Uma amiga, muito perspicaz e com uma ponta de ironia, perguntou: – Mas a fábrica está fechada?
– Claro, respondi eu, com sessenta não fazemos filhos, fazemos órfãos. Ao que ela completou:
– Fechou, mas não decretou falência.

Comentários do Facebook