ÁGUA

Obra de rede adutora de Estação de Tratamento de Água deve ser retomada em breve em Hulha Negra

Após conclusão da obra e liberação da Fepam, água tratada proveniente da barragem da UTE Pampa Sul vai amenizar os problemas de falta de água no município que sofre com a baixa vazão dos poços artesianos

Prédio da ETA já está pronto, faltando apenas finalizar as redes Foto: Silvana Antunes TP

Há cerca de dez dias o município de Hulha Negra, abastecido exclusivamente por poços artesianos – sendo necessária a utilização de caminhão pipa para chegar água em inúmeras residências do interior do município e localidades próximas da sede -, enfrenta racionamento diário de água devido ao alto consumo em razão das altas temperaturas, mas principalmente, pela baixa vazão de água para consumo humano originária dos poços. Os problemas são considerados históricos na cidade.

Uma obra bastante aguardada na cidade para se não resolver, reduzir os problemas relacionados a água, é a Estação de Tratamento de Água (ETA), construída como forma de compensação ambiental pela UTE Pampa Sul. A obra da ETA foi concluída há vários meses, mas para operação, necessita da construção de redes adutoras para levar a água bruta da barragem, localizada na divisa dos municípios de Hulha Negra e Candiota, sob responsabilidade da UTE e de uma segunda rede, para levar a água tratada até as residências, a cargo da Prefeitura de Hulha Negra. Para o bombeamento da água bruta, uma obra começou a ser realizada pela empresa Serdel, porém precisou ser paralisada até obter uma autorização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

Em contato com o secretário de Administração, Planejamento e Meio Ambiente, Héctor Bastide, ele explicou que foi necessário fazer um novo projeto devido a questões técnicas e que em breve a obra deve ser retomada, não tendo ainda um prazo definido para a ETA entrar em funcionamento. “No sentido Candiota-Hulha Negra, o novo projeto que antes era do lado esquerdo na estrada, passou para o lado direito, havendo a necessidade de supressão (corte) de três árvores. A empresa Serdel ganhou a licitação da UTE Pampa Sul para a construção da adutora, mas quando chegou nas travessias das duas pontes, com o corte das árvores, faltava a autorização da Fepam. Foram solicitadas pela Fundação uma série de documentos, incluindo, novamente, laudo de flora e fauna e projeto de engenharia, o que foi feito. A autorização foi emitida, mas como demorou em torno de cinco meses a empresa se desmobilizou. Agora deverá haver nova mobilização da empresa”, explicou.

Cabe lembrar que após o término das duas redes adutoras, é necessária uma Licença de Operação (LO) por parte da Fepam.

POÇO ROÇA NOVA – Outra questão de extrema importância para o município de Hulha Negra seria a utilização total da vazão destinada para Hulha Negra de um poço do assentamento Roça Nova, localizado em Candiota, mas que devido a um acordo do governo do Estado, a água traria benefícios para Hulha Negra. De acordo com o prefeito de Hulha Negra, Renato Machado, há um acordo de utilização, para o município, da água do poço para abastecimento de 210 famílias hulhanegrenses. “Atualmente recebemos em torno de 5% da água que seria destinada para Hulha Negra. Estive reunido nesta quarta-feira (21) com o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, para tratar sobre a água. Expondo a situação, na ocasião eles ficaram de ver o que seria possível fazer de forma emergencial para tranquilizar a vida das pessoas de Hulha Negra”, explicou Renato Machado.

RACIONAMENTO – Desde o dia 15, das 13h às 18h há racionamento de água em Hulha Negra. Em comunicado emitido pela Prefeitura, a secretária de Agropecuária, Janice Silveira, explicou que “o período de cinco horas de racionamento é necessário para que os reservatórios atinjam a capacidade que seja suficiente para garantir o abastecimento de água, uma vez que a distribuição é realizada por gravidade”. Nesta semana, Janice confirmou ao TP continuar o mesmo período de desabastecimento, ainda não havendo previsão de aumento.

Quanto ao racionamento, o prefeito de Hulha Negra, Renato Machado disse que a medida era necessária para “garantir que o município mantenha o controle do abastecimento, tanto da zona rural quanto na zona urbana. Dentro de nossa limitação, conseguimos atender toda a demanda da comunidade. Atualmente o município faz o abastecimento de casa em casa no interior, para mais de 250 famílias, só que esse número de famílias sobe para 400 quando estamos no período forte de estiagem”, explicou, solicitando que a água fosse utilizada sem desperdício, que veículos e calçadas não fossem lavados com mangueira aberta.

Município sofre com a baixa vazão de água dos poços artesianos e no verão cerca de 400 famílias precisam ser atendidas com caminhão-pipa Foto: Joanes Araujo/Especial TP

* Originalmente este conteúdo foi publicado no jornal impresso

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