31 ANOS DE HULHA E CANDIOTA

Orgulho da filha ter nascido poucos dias após a emancipação de Candiota

Há 31 anos Candiota e Hulha Negra viraram independentes, fortes e acolhedoras para quem as escolheu e para quem nasceu e cresceu em seu chão. Uma foi o berço da República Riograndense, e a outra é marcada pela Batalha do Rio Negro. Nesta edição especial, o TP preparou uma série de entrevistas com pessoas dos dois municípios, para saber sobre sua trajetória e amor pela cidade. Entre as conversas há comerciantes, produtores, funcionários públicos e empreendedores.

Orgulho da filha ter nascido poucos dias após a emancipação de Candiota- Mara e Airton 

Mara e Airton construíram a vida em Candiota Foto: Sabrina Monteiro/Especial TP

Airton Luís Duarte é natural de Santa Rosa e veio para Candiota em busca de emprego no ano de 1988. Técnico Agrícola, Airton começou sua vida candiotense na localidade de Seival, onde reside até os dias atuais. Na época se empregou numa empresa de sementes. “Escolhi Candiota pelo emprego. Me falaram que estavam precisando de um técnico e eu vim para cá, fiquei uma semana em adaptação no mês de janeiro e no final de fevereiro me chamaram para trabalhar e eu estou aqui até hoje”, afirmou.

Produtor rural, Airton e sua esposa Mara Beck Duarte, trabalham com sementes e com a produção de leite. “Para nós que trabalhamos com sementes é o melhor lugar. Na época não tinha nem soja aqui, era só mato e semente. Aqui em Seival as ruas eram trancadas e cheias de sementes, a comunidade respirava sementes, e até hoje produzimos”, afirmou.

Além disso, o casal relembrou o início do trabalho com o leite. “O leite nós temos há 29 anos, quando eu sai da Isla o seguro serviu para colocarmos luz na casa e arrumar o piso, e nós ficamos sem dinheiro. Daí pensamos: Como passar um ano sem salário? Porque a lavoura é uma vez no ano, então colocamos umas vaquinhas. Começamos no primeiro mês com duas, no segundo já tínhamos seis e assim fomos seguindo”, disse. Atualmente, o casal possui aproximadamente 80 vacas na ordenha.

Em relação a emancipação de Candiota, Airton afirmou lembrar bem do processo. “Participei de todas as reuniões. Era muita coisa, e Bagé não tinha condições de manter e dar conta de tudo”, citou, e relembrou que foi em várias estâncias juntamente com o ex-vereador Gregório Ferreira (já falecido), em busca de doações para a compra de um telefone para o Seival, lembrando como fazia para se comunicar com os seus pais em Santa Rosa. “Uma vez por mês eu ia até a Vila Operária, que tinha uma central telefônica para conseguir falar com os meus pais”, conta.

Ademais, Mara e Airton falaram com orgulho que a filha Tamires foi a primeira pessoa a ser registrada em Candiota, já emancipada. Isso porque ela nasceu no dia 4 de abril de 1992, 11 dias após a emancipação do município.
Sobre as melhorias para a cidade, ele enfatizou que é preciso ter um olhar igualitário para todo o município.

ORIGINALMENTE ESTE CONTEÚDO FOI PUBLICADO NO JORNAL IMPRESSO*

Comentários do Facebook