Palavra e memória: uma homenagem a Ruy Samuel Espíndola

“A pátria não é ninguém; são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra […]. Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, os que não se acovardam, mas resistem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo”. É com essas palavras de Rui Barbosa, proferidas em 1903 na famosa “Oração no Colégio Anchieta”, que Ruy Samuel Espíndola começa a sua obra “Palavra e Memória: antologia de um advogado e professor”, publicada pela editora Habitus (SC) em idos de 2023.

Escrevo hoje, portanto, acerca desta obra do Professor Ruy, catarinense que muito admiro e com o qual tenho muitas afinidades pessoais e intelectuais. Ruy é uma pessoa afável, de facílimo tratado, que traz consigo uma cultura densa e profunda, capaz de ensinar a todos, seja em uma tribuna da advocacia, seja em uma sala de aula, seja em uma confraternização, especialmente se estivermos munidos de bons charutos cubanos. O texto é uma singela homenagem.

O livro em comento, é importante registrar, se encontra apresentado Rodrigo Valgas dos Santos, Doutor em Direito e advogado administrativista de mão cheia. Rodrigo e Ruy são sócios, aliás. Nela, por sua vez, Rodrigo traça, dentre muitas belas passagens, uma que me chamou especial atenção, qual seja: “Ouças a todos com igual atenção e cuidado”. Ruy é exatamente isso. Tanto que a fala citada é sua. Fala que jamais foi da boca para fora.

Já o prefácio ficou a cargo de João Marcos Buch, juiz de Direito e autor. João Marcos, a seu turno, trouxe passagem não menos bela, também proveniente da união entre intelecto e cordas vocais por parte de Espíndola, a saber: “O importante é o amor”.

O posfácio, não menos relevante, foi redigido por Marcus Vinicius Furtado Coelho, advogado ex-Presidente do Conselho Federal da OAB. Coelho, a seu modo, trouxe belas palavras, de igual maneira. E aquelas que mais chamaram atenção, ao menos quanto ao aprendiz que escreve esta coluna, foram as seguintes: “Sabíamos desde sempre e hoje temos convicção de que Ruy Samuel Espíndola está à altura do seu homônimo, Patrono da Advocacia e da República do Brasil: Ruy Barbosa”.

Pois o que escrevo hoje nada mais é do que uma – reitero que singela – homenagem a Ruy, o catarinense, pelas inspirações tantas que já proporcionou a este gaúcho que escreve. Estava lendo a sua obra no sábado passado. É linda. E essa leitura, uma releitura na verdade, fez, no fim das contas, com que eu me sentisse obrigado de trazer essas palavras, ainda que módicas o sejam.

Encerro, então, a coluna, para afiançar o que o próprio autor refere em sua nota introdutória: a obra, uma verdadeira antologia, contém o substrato de um espírito inquieto e curioso, apaixonado pelo saber, pelo debate e pela reflexão pública.

Ao Maestro Ruy, fica o nosso abraço. E o nosso agradecimento por tanto!

 

JÁ FOI CONTEÚDO NO IMPRESSO 

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