JOGOS DE AZAR

Polícia faz a maior apreensão de caça-níquel da história de Bagé

Dezenas de máquinas foram apreendidas Foto: Draco/Especial TP

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil e a Brigada Militar realizaram, na tarde desta sexta-feira (28), a maior apreensão de máquinas caça-níqueis do município. Foram fechados dois cassinos clandestinos que operavam no centro da cidade – um deles na Rua Marcílio Dias e o outro na General Sampaio.

Os policiais passaram a coletar informações sobre o funcionamento das casas de jogos clandestinos depois de uma onda de ataques à bancas de jogo do bicho que ocorreu nos últimos dias na cidade, em razão dos riscos que a população tem sido exposta com essas práticas violentas.

Ao chegar nos locais, a polícia encontrou dois grandes estabelecimentos completamente estruturados e preparados para retirar o dinheiro de centenas de pessoas – geralmente idosas – que frequentavam o local. Em uma das casas havia cerca de 100 pessoas jogando. Todas elas foram identificadas e liberadas.

O delegado Cristiano Ritta, que coordenou a operação, relatou que essa foi a maior apreensão de máquinas já realizada pela polícia em Bagé, e nunca havia sido encontrados ambientes tão estruturados como os desta sexta. O delegado ainda alerta que o entretenimento dessas máquinas tem um custo muito grande para a economia das famílias, já que a maior parte dos frequentadores são pessoas idosas que vivem com a parca aposentadoria do INSS. “Uma facilidade oferecida pelas casas – que é o parcelamento do jogo com cartão de crédito – tem um efeito ainda mais devastador nas finanças. Os juros dos cartões de crédito nos casos de inadimplência podem chegar a 200% ao ano”, alertou.

Em uma das casas a polícia encontrou um cheque pessoal de mais de R$ 2 mil dado como pagamento do jogo. O sistema das máquinas caça-níquel é preparado para receber um volume muito grande de dinheiro antes de realizar qualquer pagamento. Isso faz com que as pessoas apostem cada vez mais, na esperança de ganhar as somas acumuladas – que nunca são pagas por inteiro.

Durante as ações a polícia ainda fechou duas casas de jogo do bicho que funcionavam próximas aos locais. Foram apreendidas máquinas de apostas e dinheiro.

Cerca de 10 pessoas foram conduzidas à Delegacia para prestar depoimentos e foram liberadas. Agora a polícia investiga quem são os donos dos estabelecimentos, que podem responder por crimes como lavagem de dinheiro e por operar loteria de forma ilegal. A ação contou com o apoio dos policiais civis da operação fronteira.

Cerca se 100 pessoas estavam jogando no momento das apreensões Foto: Draco/Especial TP

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