Nos meios políticos de Candiota e região, o assunto não é novidade. Entretanto não tinha oficialização. Esta semana, o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, procurou o diretor e editor do jornal Tribuna do Pampa, João André Lehr, para anunciar com exclusividade, que está colocando seu nome à disposição do PT como pré-candidato a presidência da República em 2018.
O anúncio foi feito no final da tarde da última terça-feira (20), entre os últimos despachos que Folador está fazendo em seu gabinete, após ter cumprindo oito anos de mandato como prefeito da Capital Nacional do Carvão. “Primeiro anuncio para a comunidade local, a minha base, para depois a notícia ir mais longe”, explica.
REVELAÇÃO – Em 2013, durante a realização de um dos famosos caminhos de Santiago de Compostela, na Espanha, Folador afirma ter recebido uma espécie de revelação de que deveria ser candidato a presidente da República. “A partir dali eu decidi que seria e comecei a trabalhar seriamente para isso”, afirma.
Para muitos, o anúncio pode soar como loucura ou apenas mais um sonho ou devaneio de um político interiorano, porém para quem conhece a abnegação de Folador, a vontade em ser é maior que qualquer dificuldade ou rótulo que possam lhe colocar. “Fui duas vezes vereador, presidente do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, assessor especial do Ministério da Agricultura, prefeito de Candiota reeleito, além de vice e presidente da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs). Em todas estas ocasiões havia desconfiança se eu chegaria lá. E cheguei”, disse.
QUESTÃO INTERNA – O prefeito candiotense afirma que já comunicou sua intenção em ser pré-candidato a um alto dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) e que ele não viu qualquer problema nisso. Atualmente, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, em que pese todas as questões que o envolvem, é o candidato natural do PT em 2018, sendo que lidera as pesquisas de intenção de votos na corrida presidencial.
Folador pondera que não é contra Lula e sim que é a favor do Brasil. “Me sinto preparado, sei que é um desafio gigantesco e por isso coloco meu nome como alternativa. Pretendo em breve conversar com Lula e também com a direção nacional do partido”, antecipa.
PT – Sobre o desgaste enfrentado pelo PT nos últimos tempos, Folador simplifica, bem ao seu estilo. “Sou católico e já vi a Igreja Apostólica Romana passar por escândalos estrondosos, como o da pedofilia, por exemplo, e nem por isso nossa fé cristã se abalou. Se a Igreja enfrenta escândalos, imagina um partido político? Esses fatos não apagam o legado que o PT deixou ao longo dos anos para o povo brasileiro e claro, os erros e desvios precisam ser corrigidos”.
MUNICIPALISMO – Aos 48 anos, o catarinense da cidade de Pinhalzinho, milita politicamente desde 1989 – exatamente quando Lula tentava pela primeira vez ser presidente da República. Dizendo ter bom conhecimento sobre o Brasil, o também conselheiro da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), defende que o Brasil precisa ser descentralizado e que o atual modelo político-administrativo se esgotou.
Para ele, a grande bandeira é a valorização dos 5.470 municípios brasileiros, com um novo Pacto Federativo. “Quero ser o presidente das prefeituras, das cidades”, projeta.
PROJETO – Folador afirma que a partir de janeiro se dedicará com afinco a perseguir o objetivo de ser candidato a presidente em 2018, entretanto garante que a frustração não o desanimará. “Não estou fazendo isso por vaidade, por projeto pessoal. Faço porque sou movido por uma ideologia, por uma vontade maior. Me sinto preparado e acho que a população brasileira espera o novo e já demonstrou isso nas eleições deste ano. Se não for em 2018, vamos para 2022”, avisa.