CORONAVÍRUS

Prefeito de Pedras Altas relata drama ao enfrentar a Covid-19

Bebeto Perdomo esteve na redação do TP e falou sobre a doença Foto: Gislene Farion TP

Desde o início da pande­mia do novo coronavírus, mais de 180 mil pessoas já perderam a vida no Brasil. No Rio Grande do Sul, os registros se aproximam das oito mil vítimas que tiveram complicações ao enfrentar a Co­vid-19 – ainda sem vacina para garantir a imunização. Enquan­to isso, medidas como o uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70% são as mais eficientes para tentar ficar longe do vírus. Apesar de todas as campanhas de conscientização e alerta dos profissionais da área da Saúde, parte da população ainda nega a existência da doença e suas graves consequências.

Neste sentido, o prefeito de Pedras Altas, Bebeto Perdomo (Progressistas), pode sentir na pele os efeitos da Covid-19 e fez o alerta durante visita na redação do Tribuna do Pampa. Algumas semanas antes da contaminação pelo novo coronavírus, durante a campanha eleitoral no interior do município, ele sofreu um infarto e também ficou bastante debilita­do. “A gente acha que nunca vai acontecer nada com a gente. De­pois do infarto ainda fiquei nove dias na Unidade de Terapia In­tensiva (UTI) e me apareceu uma tosse muito intensa. Fui para o quarto, piorei da tosse, mas cada local segue seu protocolo e não fui submetido ao teste para Covid-19 naquela hora. Dei alta e fui fazer o teste, horas depois soubemos do resultado positivo”, contou.

Com o diagnóstico, Be­beto foi novamente hospitaliza­do para tratar a doença. Ele foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Areal, em Pelotas, específica para pacientes com coronavírus. “Lá eu me as­sustei, me deixaram nu, coloca­ram um avental em mim e toda a minha roupa foi para um saco de lixo para ser incinerada por causa do vírus. Perguntei para eles do meu abrigo novinho e meu chi­nelo, falaram que foi tudo fora. Eu me assustei mesmo, só tinha duas opções: eu também ia sair dali dentro de um saco de lixo ou então eu ia sair bem”, disse.

O gestor chegou a perder a consciência, usou fralda por um período e ficou bastante fraco por algumas semanas. “A gente não é ninguém para dar conselho, mas uma coisa que eu peço é para que as pessoas se cuidem. Essa ques­tão do vírus é muito complicada, eu acabei tendo um problema pulmonar por ter que ficar mui­to tempo deitado. Fui obrigado a fazer um esforço para conseguir ficar sentado, mesmo ruim, para não ter que voltar para a UTI. Vi gente deitada de barriga para baixo ainda sem estar entubado porque facilitava a respiração, enquanto isso, vi a minha esposa tomar todos os cuidados – como uso da máscara e higienização correta das mãos – e não foi con­taminada mesmo me alcançando comida na porta e abrindo as janelas do quarto para ventilar o ar duran­te os dias que fiquei em isolamento. Então repito: enquanto não temos va­cina, a única coisa que podemos fazer é intensificar os cuidados. Usem máscara e higienizem bem as mãos com água e sabão ou ál­cool em gel 70% para não se con­taminar com esse vírus, porque a gente não sabe como ele vai agir em cada organismo”, finalizou.

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