CORONAVÍRUS

Primeira morte e mudança de bandeira na região de Bagé colocam autoridades e população em alerta

Ricardo Necchi é o titular da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Foto: Divulgação TP

A primeira morte efetivamente ocorrida na região (a outra ocorreu em Porto Alegre, mas foi notificada para Dom Pedrito, por se tratar de moradora do município) e também a mudança de bandeira amarela (risco baixo) para bandeira laranja (risco médio) neste sábado (13), colocou as autoridades de saúde e municipais, além da população da região de Bagé (R22) em alerta acerca da Covid-19.

O coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), médico Ricardo Nechi, concedeu na noite deste sábado uma entrevista online aos veículos de comunicação da região, juntamente com a secretária de Saúde bageense, Deise Quadros. “O governo do Estado está preocupado com a situação geral do RS, mas em nossa região, especificamente Bagé, aumentou muito o movimento no centro da cidade, houve afrouxamento do distanciamento social. Acho necessário fazermos adaptações para voltarmos aos níveis de antes”, enfatizou Nechi.

Ainda, o experiente médico afirmou que é preciso agir rápido. “Precisamos fazer algo rapidamente para transformar este momento. A população precisa retomar o distanciamento e os cuidados, pois perdemos muito nos últimos dias e acho isso muito preocupante”, alerta Ricardo Nechi.

Entretanto, ele não classificou a situação como grave, fazendo a consideração que é preciso retomar a atenção anterior. “Sempre falamos que se houver necessidade nós vamos tomar medidas, refazer isolamento e fazer o que for necessário. Estamos muito atentos a tudo que está acontecendo”, disse.

INTERNAÇÕES – Segundo o governo do Estado, o que levou de fato a região a ter piora – pois havia se mantido em cinco das seis rodadas do Distanciamento Social na bandeira mais branda -, foi o número de internações hospitalares. O coordenador ainda acrescentou a quantidade de testes rápidos positivos que foram computados.

Ele explicou que atualmente há um paciente internado na UTI da Santa Casa de Bagé com suspeita de Covid-19, respirando por ventilação mecânica, sendo que aguarda o resultado dos testes para confirmação.

Até este sábado estava internada a senhora de 78 anos de Hulha Negra, que segundo Ricardo Nechi, foi provavelmente infectada pelo neto de 38 anos, que esteve em viagem recente à Santa Catarina. “Ela tinha muitas comorbidades, como problemas cardíacos severos, arritmia cardíaca e insuficiência respiratória. Infelizmente evoluiu rapidamente para o óbito, não respondendo ao tratamento”, explicou.

Também uma outra paciente de Lavras do Sul, que já deu alta da Santa Casa, foi diagnosticada com Covid-19. Outros dois doentes lavrenses estão internados em Santa Maria, sendo um em estado grave.

O coordenador afirmou que ainda há outros suspeitos de Covid-19 internados em Bagé, sendo que um deles respira em ar ambiente (sem aparelhos) e outros dois com oxigênio nasal. Todos aguardam os resultados dos testes.

PANORAMA REGIONAL – Ricardo Nechi ainda fez um relato sobre a situação da 7ª Coordenadoria, que envolve os municípios de Bagé, Candiota Aceguá, Hulha Negra, Dom Pedrito e Lavras do Sul.

Segundo ele, em Dom Pedrito, depois de um surto, a situação está controlada neste momento. Lavras do Sul possui situação mais delicada e não controlada totalmente, após um paciente ter vindo de Porto Alegre, dando início ao surto na cidade. “Todos os dias surgem novos casos”, evidencia.

Em Candiota está se procedendo a investigação dos contatos que o neto da senhora falecida em Hulha Negra teve, pois, segundo o coordenador, a namorada dele é moradora da cidade. Em Hulha Negra, da mesma forma está se procedendo as investigações em função dos dois casos confirmados. Já Aceguá possui situação mais tranquila. Em Bagé, Nechi avalia que ainda a situação, apesar dos últimos acontecimentos, como confortável.

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